O surto de coronavírus representa a maior emergência de saúde pública da nossa geração. Portugal e o Reino Unido têm atravessado períodos difíceis face à gravidade da mais recente vaga da pandemia, com consequências sociais sérias e prolongadas para as nossas populações e um impacto enorme nas nossas economias. Cremos que a única forma de acabar com a pandemia e de iniciar a recuperação económica global será trabalhando em conjunto para garantir o acesso global e irrestrito a vacinas, tratamentos e testes eficazes.

O Reino Unido tem estado na vanguarda deste esforço e, até à data, já assumiu o compromisso de canalizar até 1,3 mil milhões de libras (cerca de 1,5 MM€) em ajuda financeira para travar a pandemia.  A nossa resposta está orientada para o reforço da resiliência dos países mais vulneráveis. Contribuímos com 548 milhões de libras (636 M€) para o Compromisso Avançado de Mercado do Covax, que vai permitir fornecer mil milhões de doses da vacina a 92 países em desenvolvimento, em 2021.

O Reino Unido e Portugal participam ambos na GAVI – a Aliança Global de Vacinas. Quando foi nomeado presidente da GAVI em setembro do ano passado, José Manuel Barroso afirmou: “O mundo precisa da GAVI hoje mais do que nunca, não só para assegurar que as vacinas para a Covid-19 chegam a todos os países, ricos e pobres, mas também para prosseguir com a sua missão principal de proteger centenas de milhões de pessoas contra doenças que são evitáveis”.

O Reino Unido, enquanto um dos maiores financiadores da GAVI, está a contribuir para este objetivo com 1,65 mil milhões de libras (1,91 MM€) – 330£ milhões (383 M€) por ano ao longo dos próximos cinco anos. No início deste mês, a GAVI anunciou o primeiro conjunto de países que vão receber vacinas através do mecanismo global de vacinas Covax, que inclui todos os PALOP.

Estamos também empenhados em partilhar com outros países a nossa experiência na luta contra a Covid. O governo britânico anunciou recentemente que irá ajudar os países com menos recursos a identificar novas variantes do vírus, colocando à sua disposição a experiência e a competência dos cientistas britânicos na área da genómica, que é considerada líder a nível mundial.

Na semana passada, na cimeira virtual do G7, o primeiro-ministro Boris Johnson deu a conhecer a sua ambição de reduzir em 2/3 o tempo para o desenvolvimento de novas vacinas – para 100 dias; e confirmou que o Reino Unido irá partilhar as vacinas excedentes com a reserva de compras Covax, para ajudar países em desenvolvimento.

Ao evitarmos que o vírus se propague nos países mais pobres, não só poderemos salvar milhões de vidas em todo o mundo, como protegeremos as nossas próprias populações. As doenças infecciosas não conhecem fronteiras e ninguém está seguro até que todos estejamos seguros. Fomentar a colaboração internacional para intensificar a I&D, modernizar ensaios clínicos e criar formas mais inovadoras de fornecimento e produção de vacinas, permitir-nos-á salvar vidas e estar muito melhor preparados para enfrentar futuras crises sanitárias.