A Corticeira Amorim encerrou o exercício de 2019 com vendas de 781,1 milhões de euros, o que representou um crescimento de 2,4% face a 2018, mas os lucros da empresa caíram 3,2%, para 74,9 milhões de euros.
O conselho de administração da empresa deliberou propor à assembleia geral de acionistas, a realizar no próximo dia 20 de abril, a distribuição de um dividendo bruto de 0,815 euros por ação.
Todas as unidades de negócio da Corticeira Amorim registaram crescimento de vendas no ano passado, com exceção da unidade de revestimentos.
Assim, as unidades de negócio de isolamentos e matérias-primas “foram as que tiveram desempenhos mais positivos, com incrementos de vendas de 18,2% e 9,8%, respetivamente”.
“De salientar a expressão de 4,7% nas vendas da UN [unidade de Negócio] Rolhas, que contribuíram para 70,3% das vendas consolidadas no ano de 2019”, destaca um comunicado da Corticeira Amorim enviado há minutos à CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
De acordo com esse comunicado, “as vendas da UN Matérias-Primas cifraram-se em 204,8 milhões de euros (+ 9,8% face ao período homólogo), refletindo essencialmente um aumento do nível de atividade e preços mais elevados de venda de cortiça”.
“A UN Rolhas registou vendas de de 559,1 milhões de euros (+ 4,7% face ao período homólogo). De salientar o crescimento em todos os segmentos de negócio (especialmente de bebidas espirituosas) e nos principais mercados vinícolas, particularmente nos Estados Unidos e Itália. O decréscimo de volumes na vindima de 2017 na região de Bordéus condicionou o crescimento do mercado francês em 2019, que registou quedas de vendas face ao ano anterior”, adianta o referido comunicado.
Por seu turno, a unidade negócios de revestimentos alcançou vendas no valor de 108,6 milhões de euros, um decréscimo de 3,2% face ao ano precedente. “Atrasos na disponibilização ao mercado da nova linha de produtos WIDE e a redução dos volumes, estiveram na origem do desempenho desfavorável das vendas”, explica o comunicado da Corticeira Amorim.
A unidade negócios de aglomerados compósitos registou no ano passado vendas de 104,5 milhões de euros, mais 2,3% que no exercício de 2018, “beneficiando essencialmente do efetio favorável do dólar e do aumento dos preços de venda”.
O EBITDA da Corticeira Amorim atingiu os 124,7 milhões de euros, uma quebra de 6,9% face ao homólogo, “refletindo, em grande medida, o impacto do aumento do preço de consumo da cortiça, o crescimento dos custos operacionais e o desempenho desfavorável da UN Revestimentos”.
No final do ano passado, a dívida da Corticeira Amorim ascendia a 161,1 milhões de euros, um aumento de 22 milhões face ao exercício precedente.
“As aquisições de 50% da Vinolok (11 milhões de euros) e de 10% da Bourrassé (cinco milhões de euros) contribuíram para o aumento da dívida, enquanto recebimento do valor final da US Floors contribuiu para a sua redução. De salientar que o efeito da adoção do IFRS 16 (4,2 milhões de euros) está já incluído no valor da dívida. em termos comparáveis, excluindo esses efeitos, o valor da dívida no final de 2019 seria de 143,8 milhões de euros”, esclarece o comunicado da Corticeira Amorim.
Sobre o impacto do coronavírus na atividade da companhia, os responsáveis da Corticeira Amorim explicam que “é uma empresa internacional (mais de 90% de vendas fora de Portugal) e, como tal, exposta à economia global, em particular ao consumo privado”.
“A propagação do surto Covid-19, se afetar significativamente o consumo, poderá impactar os clientes e, consequentemente, a cadeia de valor, e por isso, poderá ter um efeito na atividade desenvolvida. A escala, dimensão e duração do atual momento de incerteza torna difícil avaliar a dimensão dos seus impactos diretos e indiretos, e, como tal, estimar, à data de hoje, o seu valor”, admitem os responsáveis da Corticeira Amorim.
Atualizado às 17h42m
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