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Vendas da Huawei crescem 19% em 2019 apesar de boicote de Washington

A Huawei disse hoje que as vendas de telemóveis e outros produtos subiram 19,1% no ano passado, apesar da ofensiva de Washington para boicotar o grupo chinês de telecomunicações, mas ressalvou que enfrenta agora um ambiente global “mais complexo”.
Huawei P8
31 Março 2020, 17h38

As vendas aumentaram 19,1% em 2019, em relação a 2018, para mais de 858 mil milhões de yuan (cerca de 109 mil milhões de euros), informou a empresa, que é a primeira marca global de tecnologia da China.

Os lucros do grupo chinês aumentaram também 5,6% para 62,7 mil milhões de yuan (mais de 8,0 mil milhões de euros), depois de terem aumentado 25% em 2018.

A empresa chinesa disse que as vendas de telemóveis aumentaram 15%, em 2019, para 240 milhões de unidades.

Os negócios “permanecem sólidos”, apesar da “enorme pressão externa”, admitiu Eric Xu, um dos três presidentes rotativos do grupo, em comunicado.

Xu advertiu, no entanto, que o “ambiente externo” será “mais complicado daqui para frente”.

Os Estados Unidos acusam a maior fabricante mundial de equipamentos para firmas de telecomunicações de cooperar com os serviços secretos chineses. a Casa Branca colocou o grupo chinês numa lista de entidades do Departamento de Comércio, o que implica que as empresas norte-americanas tenham de solicitar licença para vender tecnologia à empresa.

A Huawei nega a acusação e as autoridades chinesas dizem que o Governo de Donald Trump está a usar leis de segurança nacional para restringir um rival que ameaça o domínio exercido pelas empresas de tecnologia dos EUA.

As sanções aprovadas pelo Presidente Donald Trump, em maio passado, caso sejam integralmente aplicadas, cortarão o acesso da Huawei à maioria dos componentes e tecnologia dos EUA.

Washington concedeu extensões nas licenças para exportação de alguns produtos, mas o fundador da Huawei, Ren Zhengfei, disse esperar que as barreiras sejam impostas integralmente.

Os telemóveis da Huawei podem continuar a usar o sistema operacional Android, da Google, mas enfrentam desafios porque a empresa norte-americana está impedida de fornecer os seus serviços para modelos futuros do grupo chinês.

A Huawei está a desenvolver o seu próprio sistema operativo para substituir o do Google e diz que este sistema tinha já 400 milhões de usuários ativos em 170 países, no final de 2019.

Para estabelecer o seu próprio ecossistema, a Huawei contratou programadores para criar aplicativos, um desafio num setor dominado pelos aplicativos baseados no Android e o iOS da Apple.

A Huawei também é, juntamente com a sueca Ericsson e a finlandesa Nokia, líder em redes de quinta geração (5G), destinada a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais elétricas.

Os Estados Unidos têm pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei da construção de infraestruturas para redes de 5G.

Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação da Huawei.

A Huawei, que diz que a empresa pertence a 104.572 de um total de 194.000 funcionários da empresa, todos cidadãos chineses, nega estar sob controlo do Partido Comunista Chinês, ou cooperar com os serviços de inteligência chineses.

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