As vendas das lojas de centros comerciais e de rua em Portugal caíram 28% na semana entre 19 e 25 de abri, a primeira da reabertura nesta fase de desconfinamento, face ao período pré-pandemia, anuncia a AMRR – Associação de Marcas de Retalho e Restauração.
Segundo a AMRR, nessa semana verificaram-se quebras de vendas de 25,6% em centros comerciais e de 33,3% em lojas de rua.
“Não é possível continuarmos com restrições horárias e de lotação tão restritas, para o bem da sobrevivência de dois sectores vitais para a economia nacional”, defende o presidente da AMRR, Miguel Pina Martins.
A associação revela ainda que 82% das empresas de retalho e restauração admite despedimentos perante a ausência de apoios em 2021.
“A AMRR, Associação de Marcas de Retalho e Restauração, acaba de divulgar os dados do mais recente inquérito feito aos seus associados, representantes de mais de 3.500 lojas e restaurantes em centros comerciais e em espaços exteriores, que revela que as quebras de vendas na semana entre os dias 19 e 25 de abril de 2021 chegaram aos 28,3% comparando com o período homólogo de 2019. Esta foi a primeira semana de reabertura dos centros comerciais, e os lojistas presentes nestes espaços reportaram perdas de 25,6% face ao mesmo período no ano passado e os lojistas de rua reportaram perdas de 33,3%”, resume um comunicado da AMRR.
De acordo com Miguel Pina Martins, “a RedUniq divulgou também alguns dados recentemente, que precisam ser analisados com cuidado”.
“Em primeiro lugar, porque apenas contabilizam pagamentos feitos por meios eletrónicos o que, embora haja mais utilizadores, não dá a conhecer todo o universo. Em segundo lugar, não incluiu o fim de semana, dias em que os lojistas tiveram de encerrar às 13 horas, levando a que as perdas tenham sido muito superiores. Não é possível continuarmos com restrições horárias e de lotação tão restritas, para o bem da sobrevivência de dois sectores vitais para a economia nacional”, avisa o presidente da AMRR, lembrando ainda que “não vale a pena atirar areia para os olhos das pessoas”.
“Estamos todos com sede de boas notícias, e seria ótimo que pudéssemos assistir a uma rápida recuperação económica. Mas temos de encarar a realidade que ao longo do último ano, a generalidade das lojas esteve encerrada durante seis meses e durante o restante período encontra-se limitada em horários e lotação. Os lojistas precisam de apoios”, exige Miguel Pina Martins.
Perante este cenário, a AMRR reuniu os seus associados, que representam mais de 3.500 lojas e restaurantes de centros comerciais e de rua, “para poder mostrar a atividade real”.
“Não podemos fingir que não existiu um segundo confinamento. Existiu e foram três longos meses, com faturação zero e com exigência de pagamentos de 60% das rendas, a que acresce vários outros custos fixos. Dezenas de milhares de euros exigidos para zero euros faturados. Isto não é equilibrado nem sustentável”, critica o presidente da associação.
Recorde-se que no passado mês de março, a AMRR apresentou os dados de um outro inquérito feito aos seus associados, revelando que 82% das empresas de retalho e restauração admite despedimentos perante ausência de apoios em 2021, e que 97% das mesmas considera importante ou muito importante a isenção das rendas ou do apoio ao seu pagamento durante o período de encerramento.
No mesmo inquérito da AMRR, 74% das empresas destes sectores considerou ainda importante ou muito importante que as moratórias de crédito sejam prolongadas.
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