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Vestager quer limitar aquisições de empresas chinesas em países da União Europeia

A vice-presidente da Comissão Europeia salientou que os líderes da União Europeia têm de estar cientes que os negócios do tecido empresarial da UE “estão vulneráveis”, podendo ser alvos de ofertas de aquisição.
  • Diarmuid Greene/Web Summit via Sportsfile
13 Abril 2020, 15h08

A Comissão Europeia quer que os 27 estados-membros da União Europeia (UE) tenham mais poder para poder adquirir participações no capital de empresas europeias e, por isso, Bruxelas vai propor em junho um reforço da capacidade dos países para entrar nas empresas. A estratégia é limitar a entrada de empresas chinesas no tecido empresarial da UE, durante a pandemia da Covid-19.

“Não temos qualquer problema em ver os países a atuarem como participantes do mercado, se tal for necessário, caso queiram ficar com ações de uma empresa, se a quiserem proteger de uma aquisição”, afirmou a vice-presidente da Comissão Europeia e comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, ao Financial Times.

Os reguladores estarão já a trabalhar em propostas para conceder aos Estados-membros poderes para impedir a concorrência desleal de empresas apoiadas pelo Estado.

Numa altura em que a União Europeia combate os efeitos económicos causados pelo surto epidemiológico do novo coronavírus, as empresas europeias tornaram-se mais vulneráveis à medidas que as desvalorizações bolsistas agravam-se. A Comissão Europeia receia, por isso, que o momento de fragilidade das empresas europeias possa levar a eventuais investidas de empresas chinesas participadas pelo Estado chinês.

Ao jornal britânico, Vestager salientou que os líderes da União Europeia têm de estar cientes que os negócios do tecido empresarial da UE “estão vulneráveis”, podendo ser alvos de ofertas de aquisição. “A situação mostra-nos que temos de trabalhar de forma muito intensa e que esta é uma das nossas principais prioridades”, disse a comissária.

Vestager ressalvou, contudo, que o reforço de poderes junto dos países da UE não deverá ser visto como um impedimento à entrada de concorrentes extracomunitários. “[Empresas fora da UE] são mais do que bem-vindas para virem fazer negócios na Europa, mas não podem utilizar formas de concorrência injustas”.

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