[weglot_switcher]

Viagens adiadas, higiene e limpeza dos edifícios reforçadas. Telecoms portuguesas defendem operações com prevenção

As três principais empresas de telecomunicações portuguesas têm planos de prevenção ativos. NOS, Altice Portugal e Vodafone Portugal estão a reforçar a higiene e limpeza dos edifícios, a adiar viagens profissionais e a reunir informações sobre viagens pessoais dos trabalhadores, a limitar ou adiar participações em eventos públicos de larga escala e a implementar o regime de teletrabalho em alguns casos.
11 Março 2020, 18h00

A evolução da propagação do novo coronavírus (Covid-19) em Portugal continua a levantar preocupações junto da população. As grandes empresas estão, cada uma, à sua vez, a anunciar medidas de contingência. No setor das telecomunicações, que emprega 7.265 empregos diretos , o sentimento é de prevenção, com as três principais telecoms nacionais a reforçarem higiene e limpeza dos edificíos, a adiar viagens profissionais e a monitorizar viagens pessoais, a limitar ou adiar participações em eventos públicos de larga escala e a implementar o regime de teletrabalho em alguns casos.

A Altice Portugal, por exemplo, intensificou o seu plano de contingência para fazer face à pandemia de Covid-19, com a implementação de teletrabalho para “grávidas e doentes oncológicos ativos”, de acordo com um comunicado divulgado na terça-feira.

A dona da Meo, incluiu ainda outros doentes crónicos “pertencentes a grupos considerados de maior vulnerabilidade por baixa imunidade”, e decidiu criar e identificar “salas de isolamento em edifícios onde se justifique, a serem ativadas em caso de necessidade”. Um gabinete de crise de operações foi criado com “definição de plano de serviços mínimos indispensáveis a acionar assim que se justifique”.

O grupo reforçou também a sua equipa de saúde no trabalho, com “a integração de novos médicos especialistas adequados ao atual contexto”.

A realização de eventos públicos pela empresa foi adiada e as viagens aéreas dos funcionários reduzidas “ao estritamente indispensável”. A empresa pretende recorrer a reuniões por videoconferência em vez de presenciais, tendo reforçado o “abastecimento de gel desinfetante e máscaras hospitalares nos edifícios e lojas Meo”.

A operadora garantiu estar a difundir “em todos os canais internos da empresa” informação “esclarecedora para apoio na identificação dos sintomas relacionados com o Covid-19, bem como informação de medidas de prevenção e outras práticas definidas pela DGS – Direção Geral de Saúde”.

A NOS, por sua vez, numa nota enviada à redação, garantiu ter um gabinete de acompanhamento do Covid-19 ativo “há várias semanas”, que segue “orientações da DGS e da OMS, em medidas de prevenção que, por um lado, assegurem a continuidade de negócio e, por outro, acautelem a proteção dos seus colaboradores, parceiros e clientes”.

A empresa liderada por Miguel Almeida disse ter implementado medidas de proteção individual, “como a higiene respiratória, lavagem e mãos, distanciamento social, política restritiva de viagens para países de transmissão sustentada, limitação à participação em eventos de grande escala como feiras, congressos e conferências”.

“A NOS implementou igualmente algumas medidas que reforçam a segurança das instalações como a colocação de dispensadores, reforço de limpeza, e ventilação, criação de salas de isolamento, entre outras. Além disso, a NOS criou um modelo que assegure a redundância de funções criticas e robustez operacional”, lê-se na nota.

A Vodafone Portugal está a atuar na mesma linha. A operadora liderada por Mário Vaz reforçou a “higiene e limpeza de todos os edifícios da Vodafone Portugal” e apostou na sensibilização dos trabalhadores “relativamente aos cuidados de higiene a ter no local de trabalho e em casa”, segundo comunicado oficial enviado à redação.

“Os eventos internos que obriguem à concentração de um alargado número de pessoas no mesmo espaço” foram adiados, bem como os eventos externos. Todas “as reuniões presenciais com parceiros e fornecedores estão a ser reduzidas ao mínimo, privilegiando-se a utilização da videoconferência”, acrescenta a empresa.

A Vodafone está também a adiar todas as viagens, que não forem urgentes, para o estrangeiro e pediu aos trabalhadores que informem sobre “viagens pessoais já marcadas ou planeadas, sendo recomendado que sejam evitados destinos de risco”.

Foram identificadas as pessoas que desempenham atividades críticas para a continuidade do negócio e, “em caso de agravamento da situação, será ativado o regime de trabalho em mobilidade excecional, de forma a garantir que os trabalhadores continuam a desempenhar as suas funções”.

O objetivo “é garantir que, independentemente das circunstâncias, a empresa consegue entregar um serviço de qualidade aos seus clientes” e proteger os trabalhadores.

A disseminação do Covid-19 evoluiu ao ponto de a Organização Mundial de Saúde ter declarado hoje a doença Covid-19 como pandemia.”Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afetados aumente”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Em Portugal, a DGS atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (18), ao passar de 41 para 59. O boletim divulgado assinalou também que há 83 casos a aguardar resultado laboratorial e 3.066 contactos em vigilância, um aumento face aos 667 divulgados na terça-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 471 casos suspeitos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.