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Vindimas 2020: Presidentes de sete Comissões Vitivinícolas Regionais fazem o balanço da campanha

Presidentes das sete CVR, do Alentejo ao Dão, da Bairrada à Península de Setúbal, da Beira Interior ao Tejo, sem esquecer a região de Lisboa, dão os seus testemunhos sobre a vindima de 2020.
  • Foto: Município de Câmara de Lobos/Vindimas 2017
20 Outubro 2020, 08h10

As vindimas deste ano foram atípicas, devido à intensificação das alterações climáticas, com chuvas e calores a despropósito, e consequente ataque de pragas, a que se somou a pandemia de Covid-19. Mas as expectativas apontam para uma produção de superior qualidade, mesmo que haja quebras de produção em algumas regiões.

Leia o balanço de dezenas de produtores de norte a sul do país, incluindo os Açores e a Madeira, e de sete presidentes de Comissões Vitivinícolas Regionais. E espreite o que se está a passar em Champagne, com a Moët et Chandon.

Para os mais apaixonados pelo tema, interessados nas questões de cariz técnico, o Jornal Económico disponibiliza ainda os relatórios de vindima deste ano de duas casas com séculos de tradição na produção de vinhos no Douro, em particular de vinhos do Porto, com os testemunhos pessoais de Charles Symington, diretor de produção e vice-CEO da Symington Family Estates, que comercializa as referências Graham’s, Dow’s, Warre’s, Cockburn’s, Quinta do Vesúvio, Quinta do Ataíde, Altano, P+S e Quinta da Fonte Souto; e de David Guimaraens, diretor de enologia da The Fladgate Partnership, que comercializa as marcas Taylor’s, Fonseca e Croft, entre outras.

Em conjunto, estas duas casas já representam mais de 500 anos de produção de vinhos de mesa e do Porto no Douro (a Fladgate já celebrou o 430º aniversário, enquanto a Symington tem mais de 130 anos de história) e os relatórios da vindima de 2020 demonstram que as alterações climáticas são cada vez mais uma realidade incontornável no setor vitivinícola nacional.

Hoje, é a vez dos testemunhos dos presidentes de sete presidentes de CVR, do Alentejo ao Dão, da Bairrada à Península de Setúbal, da Beira Interior ao Tejo, sem esquecer a região de Lisboa. Amanhã, será dada voz aos produtores, começando pelo Alentejo, uma das regiões com maiores perspetivas de crescimento de produção face a 2019.

Qualidade superior à vista
As regiões vitivinícolas mais a norte enfrentam quebras de produção, mas as expectativas positivas sobre a qualidade são generalizadas. Conheça os balanços da vindima de 2020 feitos pelos líderes de sete CVR – Comissões Vitivinícolas Regionais: Alentejo, Península de Setúbal, Tejo, Lisboa, Beira Interior, Dão e Bairrada.

De acordo com as previsões de Francisco Mateus, presidente da CVRA – Comissão Vitivinícola da Região do Alentejo, a produção de vinho nesta campanha deve crescer 5% face a 2019, atingindo cerca de 104 milhões de litros. “Dadas as condições climatéricas do ano, com maior pluviosidade e mais dias de chuva do que em 2019, houve reposição de água nos solos e mais humidade, tendo havido focos de míldio, mais localizados no sul do Alentejo, e situações de desavinho”, resume Francisco Mateus, em declarações ao Jornal Económico, referindo-se às situações em que ocorre um aborto parcial do cacho que impede a sua perfeita maturação ou um acidente que impede a fecundação das flores da videira.

Segundo o líder da CVR Alentejo, “julho teve um início bastante quente, com registos pontuais de escaldão, e final de mês, que continuou em agosto, com noites frescas o que ajudou à maturação”. Por isso, “as primeiras vindimas iniciaram-se no final de julho, com uvas brancas, tendo entrado em ritmo mais acelerado na segunda quinzena de agosto, prolongando-se até ao final de setembro. Sobre a qualidade da produção, Francisco Mateus assume que “antevemos um ano de boa qualidade, com produção global superior a 2019, mas com registo pontual de perdas com significado em alguns produtores, o que levou à ativação de seguros de colheita”.

“De acordo com a nossa previsão a região do Alentejo deve produzir nesta campanha mais 5% do que em 2019, atingindo cerca de 104 milhões de litros. Dadas as condições climatéricas do ano, com maior pluviosidade e mais dias de chuva do que em 2019, houve reposição de água nos solos e mais humidade, tendo havido focos de míldio, mais localizados no sul do Alentejo, e situações de desavinho”, revela Francisco Mateus.

Para os especialistas e protagonistas do setor vitivinícola, desavinho é um dos piores pesadelos, resultando invariavelmente em prejuízos. O desavinho é um acidente fisiológico, resultante de ausência de fecundação das flores da parreira e a sua consequente queda. O desavinho costuma acontecer nos anos em que o período de floração é pouco soalheiro, frio e eventualmente chuvoso, ou então nos anos em que as temperaturas são elevadas. No primeiro caso, há uma menor produção de açúcares; no segundo caso, o crescimento dos ramos é favorecido em detrimento dos cachos. Apesar das ameaças, ca campanha de 2020 no Alentejo, evitou-se o pior.

“julho teve um início bastante quente, com registos pontuais de escaldão, e final de mês, que continuou em agosto, com noites frescas o que ajudou à maturação. As primeiras vindimas iniciaram-se no final de julho, com uvas brancas, tendo entrado em ritmo mais acelerado na segunda quinzena de agosto, e deve prolongar-se até ao final de setembro”, previa há mais de um mês o presidente da CVR Alentejo.

Francisco Mateus antevia “um ano de boa qualidade, com produção global superior a 2019, mas com registo pontual de perdas com significado em alguns produtores, o que levou à ativação de seguros de colheita”.

“Quanto às perspetivas de venda de vinho alentejano, especialmente na exportação, e atenta a situação de pandemia que atinge as economias mundiais, está com bom desempenho até julho, destacando-se a Suécia e Reino Unido, que já superaram os valores de exportação alcançados durante todo o ano de 2019, e os crescimentos significativos na exportação para EUA, Canadá e Suíça”, revela Francisco Mateus.

Maior intervenção na Península de Setúbal
Também na Península de Setúbal, as estimativas de produção do IVV – Instituto da Vinha e do Vinho apontam para um acréscimo de cerca de 5% face ao ano passado. Com um balanço efetuado para o Jornal Económico quando 80% da vindima estava realizada, Henrique Soares assinala que “este ano vitícola não podia ter sido mais atípico, porque a várias vicissitudes próprias da atividade se somou a pandemia”.

“Ainda assim, a viticultura da região esteve à altura das dificuldades, nunca parou e grande foi o desafio, já que este ano foi necessário estar muito atento aos riscos que o clima induziu, já que fez mau tempo em várias alturas e em alturas cruciais para o bom desenvolvimento vegetativo da videira. Foi por isso necessário intervir e entrar nas vinhas mais do que o habitual, o que onerou a conta de exploração deste ano”, sublinha o líder da CVRPS (Península de Setúbal).

O resultado final é favorável, mesmo com cautelas. “O balanço possível nesta altura aponta para um bom ano, com uma produção na média das cinco últimas campanhas, que deverá ser um pouco abaixo da vindima anterior, a qualidade também se afigura boa, mas este será um ano para esperar pelo ‘lavar dos cestos’… só aí é que a vindima acaba!”, defende Henrique Soares.

Lisboa com recordes de vendas
O retrato das vindimas 2020 na região de Lisboa, onde também se aguarda um acréscimo de produção na ordem dos 5% a 10%, é idêntico. Francisco Toscano Rico diz ao Jornal Económico que “as vindimas na Região Demarcada de Lisboa avançam a bom ritmo, estando atualmente a ser colhidas as castas tintas mais tardias”. “Para o final, ficam as uvas destinadas aos vinhos de colheita tardia, que constituem um nicho especial que começa a ganhar interesse e tração na Região de Lisboa”, explica este responsável.

De acordo com o líder da CVR Lisboa, esta “é uma vindima atípica e muito exigente em termos logísticos e, consequentemente, também financeiros, por força das medidas de prevenção da Covid adotadas pelo setor vitivinícola, que obrigam a vindimar com equipas no terreno desfasadas no tempo e no espaço e nos equipamentos que utilizam, bem como nos locais de repouso e veículos de transporte”.

“Por outro lado, uma maturação um pouco heterogénea entre as castas e mesmo dentro da mesma casta e às vezes dentro do mesmo talhão e videira, obrigando a passar várias vezes na mesma vinha, tem igualmente concorrido para termos uma vindima particularmente onerosa”, destaca. Francisco Toscano Rico prevê que, em termos de quantidade, ocorra um aumento entre os 5% e 10% face a 2019, mas “com uma qualidade muito promissora, muito por culpa do calor que se verificou durante a maturação, em especial na primeira quinzena de setembro, que nesta região próxima do mar costuma originar colheitas de exceção”.

Para Francisco Toscano Rico, “o facto do preço das uvas se ter mantido estável num ano como este e, em alguns casos, com uma ligeira tendência de aumento, é um sinal de confiança no futuro e uma evidência do dinamismo e desempenho da Região Demarcada de Lisboa, cujas vendas duplicaram nos últimos cinco anos, situando-se atualmente em cerca de 55 milhões de garrafas por ano, e a registar recordes absolutos no pós confinamento”.

“As medidas de apoio comunitárias para ajudar o setor a atravessar a crise do Covid (destilação e armazenagem) tiveram muito pouca adesão por parte dos produtores de Lisboa, o que é um bom sinal, ou seja, significa que o mercado está a funcionar. Mas aqui, o importante é que as verbas foram efetivamente disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura e operacionalizadas em tempo útil pelo Instituto da Vinha e do Vinho, tendo concorrido quem mais precisou”, defende o presidente da CVR Lisboa.

Vindima mecânica a crescer no Tejo
Luís de Castro, presidente da CVR Tejo, repete a ideia de que 2020 foi um ano fora do normal para os vinhos e as vindimas em Portugal, não só por causa da pandemia. “Embora completamente atípico e difícil, devido à pandemia da Covid-19, o ano de 2020 continua a bafejar a região do Tejo com ‘bons ventos’. Tem sido assim ao nível da certificação de vinhos e, por conseguinte, das vendas e também da vindima, com a colheita a revelar-se boa, em quantidade e qualidade”, assegura o líder da CVR Tejo. Depois de anunciada, no início do mês de agosto, uma previsão no que toca à quantidade, que deveria estar dentro da média, ou seja, a rondar os 61 milhões de litros, Luís de Castro aproveitou para fazer um novo enquadramento ao Jornal Económico, já com indicadores no que diz respeito à qualidade.

“Este foi um ano complexo em termos climáticos, devido à ocorrência de precipitação na altura da floração, temperaturas elevadas durante longos períodos nos meses de junho, julho e agosto – que já começam a ser habituais, mas que, felizmente, em pouco afetaram o desenvolvimento das uvas –, e de alguma chuva nos últimos dias”, ou seja, há cerca de duas, três semanas.

Luís de Castro relembra que “a primavera foi mais chuvosa que o habitual, o que obrigou os viticultores do Tejo a estarem mais alerta para evitar o aparecimento de doenças nas vinhas, como o oídio, mas principalmente o míldio, que assustou, mas não teve influência numa perda de produção com significado”, acrescentando que se constatou que nas vinhas da região “não surgiram contratempos de maior, estando as vinhas saudáveis no início da vindima”.

“O verão teve muitos dias consecutivos de calor acima do normal, mas sem chegar aos valores de 2018, quando houve escaldão”, precisa o líder da CVR Tejo, salientando que na região em causa “temos dois pontos a favor: o rio Tejo que atravessa toda a região e imprime frescura, com manhãs e noites bastante frescas; e o facto de podermos vindimar com o auxílio de máquina”. “A vindima mecânica permite que se vindime de forma mais célere, ou seja, assim que a uva esteja no ponto de maturação ideal; e, em dias de calor extremo, que se vindime à noite, chegando as uvas à adega nas melhores condições de temperatura e sem oxidação”, justifica Luís de Castro.

O líder da CVR Tejo esclarece que “a vindima teve início na data habitual, ou seja, no final de julho, com a casta Fernão Pires (a mais precoce de todas) a abrir as hostes, assim como outras castas para base de espumante”. De acordo com Luís de Castro, “em termos de quantidade, prevê-se uma produção semelhante à do ano passado”, os referidos 61 milhões de litros. No que respeita à qualidade, “deverá continuar no sentido ascendente, pelo que poderemos contar com boas surpresas”.

Potenciar enoturismo na Beira Interior
Mais a norte no Portugal vinícola, as expectativas não são tão boas em quantidade, mas mantêm-se otimistas no capítulo da qualidade. “As vindimas na região estão em ‘velocidade cruzeiro’; no entanto, nomeadamente nas zonas mais a sul da Beira Interior, estas em alguns casos já terminaram. Relativamente à produção global, teremos uma quebra de 12% a 15% em relação ao ano anterior, esperamos uma produção de cerca de 22 milhões de quilos de uvas”, confidencia ao Jornal Económico Rodolfo Baldaia Queirós, presidente da CVR da Beira Interior.

Para este responsável, “as vindimas estão dentro da época normal de vindimas (que na região são entre setembro e outubro)”. Qualitativamente, “diria que teremos um ano de grande qualidade”. E o presidente da CVR da Beira Interior explica: “As chuvas dos finais de agosto foram (como diziam antigamente os viticultores) notas de conto de reis! Isto porque as vinhas estavam com stresse hídrico e esta chuva veio ajudar a repor teores de humidade a equilibrar as maturações das uvas”.

“Com os constrangimentos que vivemos, obviamente afeta o normal funcionamento das vindimas, o que obriga à adoção de medidas de segurança (uso de máscara, distanciamento das pessoas na vindima, desinfeção de tesouras) etc. e até ao recorrer a vindimas mecânicas que este ano aumentará seguramente na região, fruto da crónica falta de mão de obra e também à situação inerente à Covid-19”, admite Rodolfo Baldaia Queirós.

Mas o presidente da CVR da Beira Interior puxa dos galões. “(…) Se há coisa que os nossos associados são é resilientes, e como todos nós aqui na Beira Interior, sempre foram habituados a viver com dificuldades e a ultrapassá-las e é isso que cada um deles à sua maneira está a fazer”.

Relativamente às vendas dos vinhos da Beira interior, “tínhamos uma perspetiva de crescimento de cerca de 20% este ano”, mas, obviamente que as circunstâncias mudaram. “Tivemos um período mais difícil entre abril e junho, mas, como referi, a resiliência dos nossos associados, fez com que as vendas estejam neste momento a recuperar. O maior problema com que nos deparamos neste momento é a incerteza que vivemos e a falta de confiança. Tínhamos algumas ações de promoção internas e externas programadas e que foram canceladas”, lamenta-se Rodolfo Baldaia Queirós, revelando que “estamos a estudar outras formas de promoção através de meios digitais por exemplo; mas como é evidente não é a mesma coisa que falarmos diretamente com os clientes e consumidores!”

“Estamos ainda a potenciar o enoturismo na Beira Interior (através da Rota dos Vinhos da Beira Interior), como forma de direta ou indiretamente conseguirmos gerar mais riqueza na região e dessa forma potenciar mais as vendas de vinhos da Beira Interior”, garante o presidente da CVR da Beira Interior.

Excelentes néctares no Dão
Mais acima, no Dão, a campanha vitivinícola de 2020 ficará associada a três ordens de fatores, na opinião do presidente da CVR local. “A primeira tem a ver com a quantidade. Esta foi, infelizmente, fraca, com uma previsão de redução da ordem dos 30% a 35%, devido a uma acentuada ocorrência de geada no mês de março, especialmente nas áreas norte da região, assim como a um desproporcionado surto de míldio e oídio que apanhou de surpresa muitos viticultores, mesmo os que fizeram um número de tratamentos fitossanitários muito acima da média habitual”, lamenta-se Arlindo Cunha, em declarações ao Jornal Económico.

A segunda ordem de fatores está relacionada com a qualidade. “E aqui há muito boas notícias. As reservas hídricas dos solos, em resultado das abundantes chuvas de maio e junho (as mesmas que causaram avultados prejuízos com o míldio!), permitiram uma viçosidade às videiras, que elas retribuíram em uvas sadias, com bom grau e excelentes aromas. Houve ainda uns picos de calor excessivo nas primeiras semanas de agosto, que as deixou em stresse térmico, mas isso foi ultrapassado com o aproximar do fim do mês e início das noites e madrugadas frescas e húmidas. Em consequência, temos uma expetativa de excelentes néctares, especialmente nas castas Touriga Nacional, Alfrocheiro, Encruzado e Malvasia. Mas não será incorreto dizer que em todas as castas”, prevê Arlindo Cunha.

A terceira ordem de fatores tem a ver com o facto de esta ser a primeira vindima em situação de Covid-19, sem nada anómalo a reter. “Fora esse facto, que passará a fazer parte da nossa história coletiva, não houve nada de especial a assinalar: os produtores organizaram as vindimas por forma a respeitar as recomendações oficiais, o que implicou especialmente maiores custos com a logística e um faseamento mais extenso das vindimas”, resume o presidente da CVR Dão.

Um ano para profissionais na Bairrada
Saindo do interior para o litoral, Pedro Soares, presidente da CVR da Bairrada, traçou ao Jornal Económico um balanço maioritariamente positivo da campanha, quando as vindimas ainda estavam a decorrer, sem resultados finais. No domínio da viticultura, “este foi um ano que exigiu muita atenção e investimento na viticultura”, assinala o líder da CVR Bairrada, adiantando que 2020 foi também “um ano para profissionais: exigente e que obrigou a muita atenção”.

“Mas os produtores na região já estão habituados a estas questões devido à nossa localização geográfica, com grande influência atlântica e proximidade do mar. Houve uma grande instabilidade meteorológica, sobretudo na primavera, que fez aumentar as doenças como o míldio e, por conseguinte, os custos com os tratamentos fitossanitários, mas, na sua maioria, os casos de míldio foram tratados e desapareceram. Se não tivessem sido esses ataques de míldio, teríamos um ano de grande produção. Durante a vindima, o tempo tem estado bastante favorável”, sintetiza Pedro Soares.

No que respeita à quantidade, Pedro Soares “aponta para um ano normal, ou seja, dentro da média da região, mas se comparado com o ano transato, prevê-se um aumento de 10 a 15%, isto porque a colheita de 2019 foi abaixo a média dos últimos anos”. “Assim sendo, não haverá grande flutuação em relação a um ano ‘normal’”, conclui o presidente da CVR da Bairrada. Já no domínio da qualidade, Pedro Soares “aponta para uma vindima de altíssima qualidade”, num ano em que a CVR Bairrada celebra o 130º aniversário de produção do espumante em Portugal.

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