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Vinte mercados para Portugal conquistar o mundo do comércio digital

Reino Unido, EUA, França, China, Espanha e Alemanha são os mercados alvo com maior potencial de adesão a produtos nacionais através do digital, revela um estudo da ACEPI a apresentar no Portugal Digital Week, entre 22 e 26 de outubro, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.
21 Outubro 2018, 15h00

Os seis principais parceiros de Portugal no comércio bilateral são Reino Unido, EUA, França, China, Espanha e Alemanha. Estes são, em simultâneo, países desenvolvidos e com maturidade digital sendo os mais relevantes e com maior potencial de adesão aos produtos nacionais através dos canais digitais, revela um estudo da ACEPI.

O mapa-mundo das relações digitais é traçado no  estudo “Top 20 Principais Economias na área do comércio eletrónico e de maior potencial de adesão aos produtos nacionais” foi realizado no âmbito do Projeto Norte Digital da ACEPI  Associação da Economia Digital e foi comissionado à especialista em estudos de mercado IDC. O estudo vai ser detalhadamente apresentado às empresas portuguesas e à comunidade tecnológica e do e-commerce durante o Portugal Digital Week. Este conjunto de eventos, decorre entre 22 e 26 de outubro, na sua maioria no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, e conta com o Reino Unido como país convidado, justamente um dos mercados que mais potencial oferece às empresas portugueses.

As 20 economias com maior potencial de adesão a produtos nacionais através do digital reúnem vários ou, pelo menos, um de três requisitos: são relevantes no contexto atual das exportações das pequenas e médias empresas (PME) portuguesas, figuram entre as maiores economias mundiais e são países com uma maturidade digital elevada que potencia as exportações online. Em conjunto representam cerca de 80% do PIB e 55% da população mundiais.

Na lista das duas dezenas de mercados que mais oportunidade poderão proporcionar às PME no comércio digital figuram, fazem parte, além dos países atrás referidos, dois outros grandes mercados tradicionais de acolhimento de produtos portugueses: Países Baixos e Itália. Outros parceiros europeus com menos peso, mas igualmente importantes, como a Polónia, Suécia, Suíça e Turquia e Rússia surgem igualmente na lista. Facto normal, dado que 75% das exportações portuguesas de bens têm como destino o velho continente. Esta percentagem representa cerca de 50 mil milhões de euros/ano, o equivalente a 26% do PIB.

 

Aproximação da Índia coloca-a entre 20 maiores

Apesar de países como o Canadá, a Austrália e o Japão terem um peso menos expressivo como mercados de destinos das exportações nacionais, o seu desenvolvimento e maturidade coloca-os no top 20 dos países com mais potencial para as PME nacionais.

A Índia, país que saltou diretamente para a “era digital”, tem vindo a protagonizar uma grande aproximação a Portugal nos últimos dois anos. Em 2017, o primeiro-ministro Narendra Modi visitou pela primeira vez terras lusas, tendo, então, sido assinados 11 acordos de cooperação bilateral. Na altura, o primeiro-ministro, António Costa, elegeu a ciência e a cooperação entre as empresas como os dois pilares da relação com a Índia. “Se há cinco séculos foi a rota marítima que nos fez encontrar, hoje será certamente a rota digital que nos juntará para o futuro”.

O Brasil, país lusófono e parceiro tradicional de Portugal, com grande desenvolvimento no e-commerce, e Marrocos, o mais importante parceiro bilateral na área do comércio de Portugal no continente africano, completam a lista dos 20 mercados.

O estudo da ACEPI, além de medir o pulso ao estado da economia digital global e identificar os mercados mais relevantes e com maior potencial para as PME portuguesas, visa igualmente ser um instrumento de apoio às empresas que pretendam apostar na economia digital e ajudá-las a selecionar os mercados alvo.

 

Produtos mais procurados nos destinos identificados

O estudo inventaria igualmente as diferentes categorias de produtos mais vendidos online, nos 20 países considerados, tendo em conta os seguintes domínios: Utilização da Internet, nível de compras online, meios de pagamento mais utilizados, condições de distribuição e serviços postais, utilização de tecnologias nas empresas, legislação e regulação, fiscalidade, maturidade da Economia Digital e exportação de produtos a partir de Portugal.

Os  produtos elétricos e eletrónicos surgem à cabeça com uma fatia de 23,5%, seguido de muito perto dos produtos alimentares e bebidas, com 21,4%. O  vestuário, cm 18% do negócio, o mobiliário e decoração, com 16%, e o calçado e acessórios, com uma fatia de 12%, são os produtos mais importantes. Em quinto lugar figuram os produtos têxteis, com 9,1%. Em conjunto estas cinco categorias de produtos vendidos online representam receitas superiores a 15,9 mil milhões de euros, isto é 32% do total de exportações de bens.

A apresentação do estudo é apenas um dos vários momentos altos da Portugal Digital Week, que inclui uma “round table” à porta fechada entre Portugal, país anfitrião, e o Reino Unido, país convidado na edição deste ano da iniciativa. A Portugal Digital Summit é outro marco da iniciativa. Tem a duração de dois dias e este ano surge com um novo formato (três sessões paralelas), contando com mais de uma centena de oradores (o difícil será escolher). A maioria dos temas a abordar pelos especialistas nacionais e internacionais  que neles participam estão vocacionados sobretudo para as empresas e os negócios. A semana termina com o “Dia das Compras na Net”.

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