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Visita de delegação dos EUA preocupa Gronelândia. Trump insiste que a viagem é amigável

A Gronelândia tem uma importância estratégica devido à sua localização, encontrando-se na rota mais curta entre os Estados Unidos e a Rússia, além das riquezas naturais.
Gronelândia
25 Março 2025, 10h19

Tem apenas 57 mil habitantes (para um território 20 vezes maior do que Portugal) mas assume um papel geoestratégico e comercial, o que levou Donald Trump a promover a ideia de uma anexação dos Estados Unidos daquele território autónomo dinamarquês – embora com um estatuto de autonomia desde 2009.

A ilha é rica em metais raros necessários para a eletrificação de todo o mundo e conta com potenciais reservatórios de petróleo e gás natural. Dos 34 minerais considerados críticos pela Comissão Europeia, 25 encontram-se na Gronelândia, o que inclui grafite, cobre, níquel, zinco, ouro, diamantes, ferro, titânio, tungsténio, vanádio e urânio.

Os solos da Gronelândia contêm minerais definidos pela Agência Internacional da Energia (AIE) como críticos para a transição energética e desempenham um papel crucial nas baterias e cuja procura poderá aumentar oito vezes até 2040.

A ilha voltou agora a estar debaixo dos holofotes com a visita de uma delegação de alto nível norte-americana à Gronelândia e que está a causar apreensão no território, com o líder do Governo local a acusar os EUA de “provocação” na sequência das ameaças de anexação feitas por Donald Trump. A delegação integra o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Mike Waltz, e a mulher do vice-presidente norte-americano JD Vance, Usha Vance.

A deslocação ocorre numa altura em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, mantém as declarações sobre a anexação do território autónomo da Dinamarca pelos Estados Unidos. “É preciso sublinhar que a nossa integridade e a nossa democracia devem ser respeitadas sem qualquer interferência externa”, disse esta segunda-feira Mute Egede, chefe do governo autónomo ainda em funções.

Em meados deste mês, Donald Trump reiterou que a anexação pelos Estados Unidos acabaria por acontecer, argumentando que se trata de um movimento relacionado com o que chamou segurança internacional. “Devemos permanecer unidos e manifestar-nos contra este tratamento inaceitável”, afirmou ainda o primeiro-ministro cessante da Gronelândia, referindo-se à atitude de Washington.

A deslocação, que deverá decorrer no final da semana, é descrita como “privada” e o programa inclui uma visita à base militar norte-americana de Pituffik e a pontos de interesse “históricos e culturais”. Os visitantes vão ainda assistir a uma corrida de trenós puxados por cães, indica o programa oficial.

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