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Vítor Gaspar: “Governos têm um papel maior na economia e isso aumenta as oportunidades para a corrupção”

O responsável do FMI defende que os governos devem abrir os cordões à bolsa para combater a pandemia, mas que devem “guardar os recibos”. O economista defende que os governos devem monitorizar a despesa pública e produzir relatórios regulares e transparentes, assim como auditorias, como forma de combater a corrupção.
28 Julho 2020, 16h16

Vítor Gaspar veio a público alertar que é preciso estar atento ao fenómeno da corrupção numa altura em que os governos de todo o mundo estão a gastar mais dinheiro para fazer face à pandemia da Covid-19.

“Os governos em todo o mundo estão a desempenhar um papel maior na economia para combater a pandemia e providenciar ajudas económicas essenciais a pessoas e empresas. Este papel alargado é crucial, mas também aumenta as oportunidades para a corrupção”, segundo um artigo do diretor do departamento fiscal do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para combater  a corrupção o antigo ministro das Finanças defende que os “governos precisam de relatórios regulares e transparentes, auditorias e procedimentos contabilísticos, e uma cooperação próxima com a sociedade civil e o setor privado”.

Depois, à “medida que as finanças públicas pioram”, o economista aponta que é preciso “combater a evasão fiscal e o desperdício de fundos causados pela corrupção na despesa pública”, segundo o artigo que conta com Martin Mühleisen e Rhoda Weeks-Brown como co-autores.

Em terceiro, Vítor Gaspar sublinha que as crises “testam a confiança das pessoas nos governos e instituições”, e que a corrupção “pode minar a capacidade de um país de responder eficazmente à crise, agravando o impacto económico, com o risco de perda da coesão social e política”.

“A nossa mensagem para todos os governos tem sido clara: gastem o que for preciso, mas guardem os recibos, porque não queremos que a responsabilização se perca ao longo do caminho”, escreveu.

Aos países que têm pedido auxílio à instituição, o economista aponta que o FMI tem feito empréstimos “rapidamente para assegurar respostas a necessidades urgentes”, e aponta que o FMI tem exigido medidas aos países para “monitorizar os gastos relacionados com a Covid-19” nos países que receberam financiamento para combater a pandemia.

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