A Altice Portugal tem defendido que a venda da rede de fibra ótica do MEO a um player independente permitirá a utilização desta estrutura pelas concorrentes NOS e Vodafone, transformando-a numa espécie de “REN das telecoms”. Este ponto é decisivo para determinar o preço de venda da rede, pois quantas mais operadoras a utilizarem no futuro, maiores serão as receitas que terá. Porém, a NOS e a Vodafone não parecem dispostas a facilitar a vida à Altice: as duas operadoras, que têm desde 2017 uma aliança na fibra ótica, relançaram esta parceria com o alargamento à DST Telecom, no dia 12 de julho, num movimento que coincide com as negociações entre a Altice e a Cellnex para a venda da rede do MEO, que, segundo a Bloomberg, está avaliada em cerca de quatro mil milhões de euros. Os ânimos estão ao rubro e a Altice acusa as concorrentes de fazerem uma jogada de “marketing” para “desvalorizar a relevância do investimento” que fez na fibra ótica.
Apesar da possibilidade de abertura da rede do MEO, que chega a cerca de cinco milhões de lares, tanto a Vodafone como a NOS dizem preferir que passem a existir duas grandes redes de fibra ótica em Portugal. De um lado, a que será partilhada por ambas; do outro, a do MEO, que a Altice quer vender, mas sem deixar de ter o controlo operacional.
“Não equacionamos nenhum cenário em que, a concretizar-se essa venda, a Vodafone possa vir a utilizar a rede em questão, pelo facto de a mesma se sobrepor à nossa rede atual, bem como à futura rede prevista ou à qual passaremos a ter acesso. A Vodafone cobre hoje 3,2 milhões de casas e empresas com fibra, estando em curso, e a decorrer ao ritmo esperado e sem sobressaltos, o acordo de partilha de rede com a NOS que nos permitirá alargar esse número até quatro milhões de casas”, disse fonte oficial da Vodafone ao JE.
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