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Volatilidade regressou ao mercado

Tensões comerciais empurram mercados acionistas para a primeira correção do ano, após máximos alcançados nas praças norte-americanas.
  • Carlos Barria/Reuters
10 Maio 2019, 08h30

As bolsas chinesas registaram fortes perdas na primeira sessão da semana, após três sessões consecutivas encerradas, de 1 a 3 de maio, aquando da comemoração do dia do trabalho. Na segunda-feira a bolsa de Shanghai perdeu cerca de 5,5% e a principal bolsa tecnológica chinesa, Shenzhen, recuou à volta de 7,5%, penalizadas pelo recrudescer das tensões comerciais entre a China e os EUA e o abrandamento económico chinês. Segundo Warren Buffet, a guerra comercial será negativa para o mundo inteiro.

A China anunciou que irá tomar medidas para retaliar os aumentos, por parte dos EUA, das tarifas alfandegárias em 15 pontos percentuais para alguns produtos chineses, dos atuais 10% para 25%, com efeito a partir de hoje, dia 10 de maio, segundo o presidente norte-americano, Donald Trump.

Nos EUA, o emprego continua forte e a taxa de desemprego no mês de abril fixou-se nos 3,6%, o valor mais baixo dos últimos 50 anos, desde 1969. Foram criados 263 mil postos de trabalho, exceptuando os sazonais empregos agrícolas, quando o mercado esperava 186 mil. Os postos de trabalho criados no sector privado alcançaram os 236 mil acima dos 180 mil esperados.

A volatilidade parece ter regressado ao mercado. O VIX, índice que mede a volatilidade do mercado de acções norte-americano, baseada nas volatilidades implícitas das opções cotadas na bolsa de derivados de Chicago, regressou a valores acima dos 20 pontos, algo que não acontecia desde janeiro, espelhando alguma semelhança com a forte volatilidade registada em dezembro do ano passado. Os mercados acionistas dos EUA caíram, desde 30 de abril, quatro sessões em seis. Porém, os mercados encontram-se em máximos históricos. O Nasdaq compósito registou o nível mais elevado de sempre no passado dia 29 de abril, e é normal registarem-se algumas correções, que para já não passam disso. A tendência de alta continua provavelmente, para os mercados poderem “respirar” e ganharem fôlego para novas subidas e máximos históricos. Mas estamos no mês de maio e o adágio dos mercados accionistas sell in May and go away (vender em maio e ir de férias, até setembro) está sempre presente na mente dos investidores…

O banco do BCP na Polónia, o Bank Millennium, apresentou resultados no primeiro trimestre de 160 milhões de zlotys (37 milhões de euros) melhor que o estimado pelos analistas, à volta dos 150.1 milhões de zlotys.

O Estado Português financiou-se em 1.250 milhões de euros a níveis históricos. As emissões tiveram uma yield a 10 anos de 1.059% e a 15 anos de 1.563%, ambas significativamente inferiores face ao último leilão comparável quando as taxas se fixaram nos 1.143% (10 anos) e 2.045% (15 anos). A situação política, no que concerne ao tempo de serviço dos professores, não retirou qualquer confiança dos investidores na dívida portuguesa que continua a beneficiar da política monetária expansionista do Banco Central Europeu.

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