Depois das vendas do grupo Volkswagen na Europa Ocidental terem disparado 10% em setembro, apesar de o mercado europeu ter encolhido quase 30%, o presidente executivo da Volkswagen, Herbert Diess, considera que a indústria automóvel não necessita de mais apoios à retoma.
“Se não enfrentarmos um segundo confinamento ou uma nova crise económica, diria que não há necessidade de mais incentivos às compras”, afirmou o gestor na assembleia geral anual de acionistas, citado pelo “Financial Times” (FT) esta terça-feira.
De acordo com o jornal britânico, a afirmação de Diess contraria o “forte lobby” que o grupo exerceu na Alemanha para conseguir apoios no início da pandemia.
“Houve muitos incentivos para carros elétricos e híbridos plug-in na Alemanha e em toda a Europa, e funcionou”, admitiu Diess. Mas, agora, perante uma recuperação acima do esperado na Europa Ocidental e na China, o líder do grupo Volkswagen já não quer mais estímulos à indústria automóvel.
O mercado automóvel regrediu quase 30% até setembro, segundo o FT. Mas, no caso da Volkswagen, o grupo germânico conseguiu recuperar terreno em setembro. Na Europa Ocidental as vendas subiram mais de 10% no último mês, concretizando as encomendas de 300.000 unidades. E na China, a Volkswagen cresceram 1% em setembro, em termos homólogos.
Face à recuperação registada em setembro, o líder da Volkswagen prevê que o aumento das vendas ainda vem a tempo de ajudar o grupo a fechar 2020 com lucros. Os resultados do terceiro trimestre da Volkswagen serão revelados no dia 29 de outubro.
A recusa de novos estímulos ao mercado automóvel do CEO da Volkswagen segue a postura do CEO da rival Daimler. Antes de Diess revelar a posição da Volkswagen, já o presidente executivo da germânica Daimler, Ola Kallenius, rejeitou a necessidade de mais estímulos, mesmo perante uma nova escalada nos casos de Covid-19 no Velho Continente.
Isto, porque a Daimler registou um lucro cresceu quase 20%, para um valor próximo dos 2,2 mil milhões de dólares, no terceiro trimestre. Só as vendas da marca Mercedes-Benz na China cresceram mais de 23%.
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