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Wall Street com forte recuperação depois de vencer o medo da Omicron

Os sinais, ainda muito longe de estarem consolidados, de que a nova variante da Covid-19 oriunda de África do Sul não será tão grave como o esperado, foi suficiente para libertar os investidores. Um grande dia para os mercados.
2 Dezembro 2021, 21h04

Sempre ansiosos por boas notícias, os investidores do outro lado do oceano parecem ter optado por acreditar que a nova variante do coronavírus conhecida como Omicron e que chegou a todo o lado vinda da África do Sul não é, afinal, tão perigosa como parecia há pouco menos de uma semana. Resultado: os principais índices da bolsa norte-americana passaram o dia a registar fortes subidas.

Assim, o Dow Jones Industrial Average subiu 688,29 pontos, ou 2,02%, para 34.710,33 pontos; o S&P 500 ganhou 73,8 pontos, ou 1,64%, para os 4.586,84 pontos; e o Nasdaq Composite acrescentou 126,91 pontos, ou 0,83%, para chegar aos 15.380,96 pontos.

Wall Street recuperou o terreno perdido na forte liquidação da sessão anterior, enquanto os investidores, com belas pechinchas no prato das ofertas, digeriam as implicações de uma pandemia em transformação.

Todos os três principais índices fecharam no verde. “Obviamente, há preocupação com a Omicron, mas há uma sensação de que as infeções não são tão graves quanto se pensava”, disse Oliver Pursche, da Wealthspire Advisors, citado pela agência Reuters. “Em segundo lugar, os dados económicos, especialmente os dados sobre trabalho, estão a sair positivos”, o que reforça a confiança dos mercados mobiliários.

Enquanto os governos lutam para determinar como responder à emergente variante Omicron, os Estados Unidos vão exigir que as seguradoras privadas forneçam testes domiciliários, política que deve entrar em vigor em 15 de janeiro e, dizem os analistas, será mais uma fonte de reforço da confiança na economia caseira.

A variante do Omicron assustou os mercados durante uma semana, atingindo ações relacionadas com viagens de forma particularmente forte, mas essas empresas recuperam na sessão desta quinta-feira: os índices S&P 1500 Companhias Aéreas (.SPCOMAIR) e Hotéis e Restaurantes (.SPCOMHRL) subiram 7,7% e 4,1%, respetivamente.

Por outro lado, os dados de pedidos de subsídio de desemprego forneceram evidências adicionais de que os empregadores estão cada vez mais relutantes em despedir, num contexto em que é precisamente a mão-de-obra que neste momento se revela escassa.

A escassez de mão-de-obra, diz a Reuters, combinada com restrições teimosamente persistentes da cadeia de abastecimento, ajudou a apagar a palavra ‘transitório’ do vocabulário de inflação da Reserva Federal, à medida que os salários e preços continuam a subir. Isso “pode muito bem traduzir-se em aumentos de taxas a chegarem mais cedo e mais rápido do que muitos esperavam”.

“Se a Fed subir as taxas mais cedo do que o esperado, embora possa afetar os mercados negativamente no curto prazo, isso dá espaço para agir quando a próxima recessão se aproximar”, acrescentou Oliver Pursche.

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