Worten encerra 17 lojas em Espanha e concentra-se no ‘online’ após anos de prejuízos

A portuguesa Worten, cadeia de distribuição especializada em produtos de eletrónica e tecnologia e propriedade da Sonae, encerrou 17 lojas em Espanha, mantendo apenas 43, após anos de prejuízos consecutivos que datavam a 1998, ano de criação da empresa, avança o “El Economista” esta quinta-feira, 24 de setembro. A cadeia de distribuição, propriedade da Sonae, muda o seu rumo para o comércio online.

No início do ano, antes da pandemia se instalar, o jornal espanhol “Cínco Dias” já dava conta que a Worten estava em risco de falência no território espanhol, após uma auditoria do PwC que revelou os números da empresa.

Do total das 60 lojas que detinha em Espanha, a Worten encerrou 11 ainda no ano passado, três em janeiro deste ano e três no passado mês de junho, perdendo parte da sua distribuição. A cadeia de produtos eletrónicos e tecnologia chegou ao território espanhol em 2008, quando comprou nove lojas que a cadeia Boulanger detinha.

Ao longa da sua existência em Espanha, a Worten já perdeu 385 milhões de euros, um valor que aumentou a partir dos 340 milhões de euros que se registavam no passado mês de fevereiro.

Uma fonte da empresa admitiu ao “El Economista” que dado o “contexto de transformação do setor, acelerado pelo efeito da pandemia, a Worten está focada no crescimento dos seus canais digitais, que quase duplicaram a sua atividade face ao ano anterior”. De acordo com a mesma fonte, o encerramento das lojas “faz parte do plano para melhorar a rentabilidade das nossas operações em Espanha” e que as lojas encerradas não tinham “viabilidade económica”.

Embora a fonte do “El Economista” admita que a empresa continua empenhada em manter a operação em Espanha, a Worten vai “continuar a adaptar a sua estratégia aos novos desafios do mercado, acelerando a sua digitalização”.

As perdas acumuladas da empresa em território espanhol já deveriam ter colocado a Worten em dissolução, uma solução prevista na lei comercial, apontou a auditora PwC, uma vez que existe “uma incerteza que levanta dúvidas significativas sobre a capacidade da empresa em continuar a sua operação”.