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Xanana Gusmão pede a timorenses para incentivarem filhos a aprender português

“Aos pais e mães, peço que incentivem os vossos filhos a aprender português, porque, segundo a nossa história, é o português que representa a nossa identidade, não o inglês, nem o indonésio”, afirmou Xanana Gusmão.
5 Maio 2025, 09h26

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, pediu hoje aos pais e mães para incentivarem os filhos a aprender português, língua que faz parte da identidade timorense.

“Aos pais e mães, peço que incentivem os vossos filhos a aprender português, porque, segundo a nossa história, é o português que representa a nossa identidade, não o inglês, nem o indonésio”, afirmou Xanana Gusmão.

O primeiro-ministro timorense falava no Palácio do Governo no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) durante uma atividade realizada pela embaixada de Portugal e o Ministério da Educação timorense, que juntou centenas de alunos do Centro de Aprendizagem e Formação Escolar (Escolas CAFE), numa marcha para entregar livros a Xanana Gusmão.

O chefe do Governo timorense relembrou que durante 24 anos de ocupação indonésia, a língua portuguesa não foi ensinada e que é necessário ultrapassar aquela herança para que Timor-Leste não corra o risco de voltar a ser absorvido pela Indonésia.

“Os estudantes devem estudar e aprender a língua portuguesa, porque é a identidade de Timor-Leste”, disse Xanana Gusmão aos estudantes timorenses, pedindo também que agradeçam a Portugal pelo envio de professores.

“Para nós, timorenses, ensinar português é um pouco difícil, porque não dominamos bem a língua, mas agradecemos ao Governo português pela criação das escolas CAFE”, acrescentou.

O projeto dos Centro de Aprendizagem e Formação Escolar ou as escolas CAFE teve início em 2014, e já está presente nos 12 municípios timorenses e no enclave de Oecussi, no lado indonésio da ilha de Timor, estando também prevista a extensão daqueles estabelecimentos de ensino para os postos de administrativos do país.

Aquelas escolas, onde as aulas são dadas por professores portugueses e timorenses, são, atualmente, frequentadas por mais de 11.100 alunos timorenses.

O CAFE tem dois grandes pilares, nomeadamente o ensino de qualidade na sala de aula e a formação complementar dos professores timorenses.

Naquelas escolas, as aulas são dadas em português, mas os alunos têm também aulas de tétum, segunda língua oficial de Timor-Leste.

A ministra da Educação, Dulce Soares, destacou que o português é uma língua de “afetos, de conhecimento e de futuro”.

“É nela que partilhamos histórias, construímos aprendizagens e abrimos novos caminhos”, disse Dulce Soares, salientando que a língua portuguesa representa diversidade, criatividade, identidade e esperança.

“Promover a língua portuguesa é também promover a educação, a cooperação e o desenvolvimento”, acrescentou.

O Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP também foi assinalado no Parlamento Nacional com uma cerimónia, que incluiu a atribuição dos prémios de poesia a estudantes, que venceram um concurso para promover a aprendizagem do português.

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