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Assembleia da Madeira de acordo sobre recuperação dos caminhos reais, PSD diz que cabe ao Governo priorizar percursos

A bancada parlamentar do PSD Madeira defendeu que o Governo Regional tem tido “constantes intervenções” nos caminhos reais acrescentado que devido à vasta extensão de kms deve ser o executivo a definir os que necessitam de “mais rápida recuperação”.
Assembleia Legislativa da Madeira
22 Fevereiro 2018, 11h40

O plenário da Assembleia Legislativa da Madeira discutiu esta quinta-feira o desbloqueio e a abertura do caminho real do Porto Novo – eixo Caniço – Gaula apresentado pelo JPP. As bancadas parlamentares concordaram com a necessidade de se recuperar estes percursos. O PSD no entanto ressalvou que cabe ao executivo madeirense priorizar quais são os caminhos que necessitam de uma intervenção mais urgente.

O deputado Élvio Sousa, do JPP, esclareceu que este projeto de resolução apresentado pelo partido pretende que seja deslocada “a rede metálica e o muro de betão” colocado neste trajeto que bloqueia o caminho real do Porto Novo.

Élvio Sousa afirmou que até agora o Governo Regional não cumpriu a sua promessa o que leva o JPP “a insistir” no assunto apelando à bancada do PSD ajuda no sentido de se “resolver este assunto” a bem da cultura regional.

Relativamente aos caminhos reais Rómulo Coelho, do PSD, referiu que estas foram vias de comunicação importantes e que ainda possibilitavam a deslocação das população e do comércio da região

“São estruturas de relevo cultural e patrimonial da Região”, esclareceu Rómulo Coelho.

O deputado social democrata explicou que o Governo Regional tem dado enfoque claro a esta matéria e que este dossier está inscrito no programa de governo.

“O Governo Regional tem tido constantes intervenções em diversos percursos. São centenas de kms que devem ser preservados para que possam estar ao dispor de toda a população”, realçou.

Rómulo Coelho explicou ainda que estes caminhos estão a ser “sinalizados e recuperados” acrescentando que devido ao tempo e às alterações climáticas precisam de “uma atenção permanente”.

O deputado do PSD referiu que o projeto de resolução apresentado pelo JPP, que aborda o caminho real do Porto Novo, está identificado pelo Governo Regional e que este assunto está a ser resolvido.

“O governo não pode ficar sujeito aquilo que são as prioridades do JPP. É ao executivo que cabe decidir as vias prioritárias e as que precisam de mais rápida recuperação”, esclareceu o deputado do PSD.

Rómulo Coelho defendeu ainda que a Câmara Municipal de Santa Cruz deve também ter verbas para fazer a revitalização destas vias.

O PTP, através da deputada Raquel Coelho, esclareceu que os caminhos reais “estão ao abandono” e que podiam ser “uma mais valia” para o turismo. A deputada deu como exemplo o percurso Portela – Porto da Cruz como sendo mais um local em que não se fez reabilitação.

Sílvia Vasconcelos, do PCP, fez alusão à “degradação e destruição” que tem existido nestes caminhos reais bem como da associação do partido a este projeto de resolução do JPP. “Continuam por reparar e alguns troços têm sido alvos de betonização”, realçou a deputada comunista sobre estes percursos.

O BE considerou que o assunto dos caminhos reais é da maior importância. “É necessária a recuperação dos caminhos reais em toda a Madeira. É importante que isso se faça se queremos preservar o nosso património regional”, explicou Roberto Almada.

Roberto Almada na sua intervenção referiu que no Porto Novo existia “boa qualidade ambiental” denunciando em seguida a destruição que se tem feito no local.

“É preciso recuperar os caminhos reais. É necessário um plano de recuperação ambiental e paisagístico naquele vale que por via da destruição humana o transformam num inferno”, reforçou.

O deputado do CDS-PP Lino Abreu fez menção à preocupação que tem existido no sentido da abertura destes caminhos reais acrescentando que se existe uma promessa do Governo Regional sobre este assunto ela é para ser cumprida.

“Lanço um repto ao Governo Regional e às Câmaras Municipais para recuperarem esta parte histórica dos caminhos reais e fazer deles um veículo de promoção para a Madeira, afirmou Lino Abreu.

O PS, através de Avelino Conceição, considerou que nesta assunto dos caminhos reais tem existido “prepotência” do Governo Regional que “não respeita nem a memória nem o bem público”.

Avelino Conceição ainda teceu críticas ao PSD Madeira relativamente à reacção dos sociais democratas sobre as declarações de António Costa onde fez alusão às contas escondidas pelo PSD na altura da governação de Alberto João Jardim.

Isto levou a que Carlos Rodrigues, do PSD, questionasse Avelino Conceição sobre os motivos que levam o deputado socialista “a prestar este serviço ao Terreiro do Paço” e de se “vergar às imposições do Continente”.

Sobre os caminho reais o deputado independente Gil Canha referiu a importância de se sensibilizar a população para este património. “Durante muitos anos os caminhos reais eram um tema abandonado”, acrescentou.

Gil Canha denunciou a atitude de laxismo que existiu sobre os caminhos reais realçando ainda como positivo a  recuperação de muitos destes caminhos na ilha madeirense.

Apesar disso Gil Canha alertou que “não é só este percurso (do Porto Novo) que está a ser ameaçado”. O deputado independente fez alusão à levada da Serra do Faial em que se abriu “um caminho e se rebentou” com o percurso.

“Não são só os caminhos reais que estão ameaçados”, realçou Gil Canha. A estrada regional de ligação São Vicente – Porto Moniz foi abandonada, denuncia. “Este abandono do património edificado já de vem de muito tempo”, diz.

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