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Ataque cibernético à Uber: O que os hackers conseguiram obter e que cuidados deve ter

Depois de ter sido conhecido que dados de 57 milhões de utilizadores da Uber foram pirateados em 2016, especialistas em cibersegurança aconselham os utilizadores a monitorizarem os registos dos cartões de crédito.
22 Novembro 2017, 15h40

No final de 2016, a plataforma de transportes de passageiros Uber foi alvo de um ataque cibernético que levou a uma violação de informações sobre 57 milhões de clientes e 600 mil motoristas. O ataque foi apenas conhecido esta terça-feira e especialistas em cibersegurança alertam que o problema poderá ser mais abrangente. Aos clientes, aconselham que estejam atentos a possíveis movimentações nos cartões de crédito.

A empresa de desenvolvimento de software Sophos recomenda tanto motoristas como clientes a monitorizarem os registos dos cartões de crédito e manterem-se atentos a mais informações sobre que tipo de informação foi roubada.

Para já, o que se sabe é que os hackers conseguiram nomes, endereços eletrónicos e números de telemóvel de utilizadores por todo o mundo.

“A Uber não é a primeira nem será a ultima empresa a esconder uma violação de informação ou um ciberataque. No entanto, não notificar os clientes coloco-os numa posição de grande risco de serem vitimados com fraude”, disse James Lyne, advisor de cibersegurança da Sophos. “É precisamente por este motivo que muitos países estão a impulsionar regulamentações que obrigam a divulgação no caso de violação de informação”.

David Emm, especialista e investigador sénior na Kaspersky Lab, salienta que a violação de dados em larga escala que afetou a Uber demonstra a importância de existir transparência e responsabilidade nas empresas.

“Tem existido um volume considerável de casos nos últimos anos de avisos de ataques relacionados com violações de dados que de pouco servem aos consumidores afetados pelos mesmos, já que apenas foram revelados posteriormente”, explicou. “Isto destaca a necessidade de existir uma regulamentação”.

O Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), que vai ser implementado em maio de 2018, poderá motivar as empresas a tomar medidas quanto à proteção dos dados dos consumidores, mas também a tornarem as falhas de segurança públicas em tempo útil.

“Os consumidores que confiam informação privada a empresas devem sentir-se seguros e saber que a mesma é mantida em segurança. Contudo, quando um ataque como este ocorre, recuperar e reconstruir a confiança dos clientes é um processo que leva algum tempo”, acrescentou Emm.  Ao pagar aos hackers, a Uber está a abrir um perigoso precedente onde estes são incentivados a continuar”.

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