A banca de investimento é um dos projectos do Bankinter Portugal para este ano. O banco, que em Portugal tem como responsável Alberto Ramos, acaba de contratar um responsável para a banca de investimento no nosso país. Joaquim Castro vai liderar a área que vai fornecer às empresas actividades de assessoria financeira em fusões e aquisições, em mercados de dívida, em mercado primário de ações, entre outras. O banco de investimento trabalhará com a equipa de banca de Espanha, que inclui já área de research (que é abrangida pelas alterações introduzidas pela nova diretiva dos mercados – DMIF II).
Maria Dolores Dancausa, presidente do Bankinter, apresentou os resultados de 2017 (495 milhões de euros) elogiando sempre Portugal, que “está de moda”, diz. A aposta em Portugal é no crédito a empresas, tendo o banco subido 21% em 2017. Em Espanha a banca de empresas pesa 30% do negócio.
Ainda assim 80% da carteira de crédito em Portugal é credito a particulares. No crédito à habitação o banco tem vindo a crescer e tem já uma quota de mercado de 5,7%. O Bankinter em Portugal não pensa cortar o spread mínimo do crédito à habitação abaixo dos 1,15%, o mais baixo do mercado.
O banco espanhol, que está em Portugal através de uma sucursal (ex-Barclays), tem como meta aumentar o crédito a empresas, pois a operação que herdou do banco britânico é maioritariamente composta por crédito a particulares.
“Dos 17 mil novos clientes em Portugal, 13,8 mil são particulares e 3,2 mil são empresas, e destes a grande maioria são PME. Maria Dolores Dancausa explicou ainda, num encontro com jornalistas, que em Portugal o banco aposta em empresas espanholas com negócios no país vizinho e empresas portuguesas com negócios em Espanha. Mas também em empresas portuguesas que não têm atividade com Espanha. A grande aposta do Bankinter no setor corporativo em Portugal centra-se essencialmente nas empresas (PME) exportadoras e para isso lançou a plataforma de negócios internacional. Vai também abrir dois centros de empresas até 2 de fevereiro e esses são os únicos balcões que vão abrir, pois o Bankinter quer ser um banco com uma forte componente digital em Portugal, tal como em Espanha e por isso consideram que a rede física (81 agências) atual é suficiente.
O Bankinter Portugal pesou 7% nas receitas da casa-mãe, e o banco, numa perspectiva conservadora, prevê um crescimento deste contributo para 10% em 2019. Afastado está o crescimento por aquisições, quer em Portugal, quer em Espanha. O banco estudou o Deutsche Bank em Espanha mas não avançou e não tem interesse na unidade portuguesa.
O Bankinter é um banco que tem 91% dos seus clientes a usarem os canais digitais (dos quais 31% só se relacionam com o banco por esta via). Para Portugal Alberto Ramos disse que até ao fim de março lançam a abertura de conta à distância, só para residentes. Numa primeira fase será preciso a confirmação num balcão (assinatura presencial). No entanto até ao fim do primeiro semestre será implementada a abertura de conta por videoconferência com certificação digital. Não está assim previsto para já captar clientes de outros países através da banca online. A aposta no digital em Portugal passa ainda pelo desenvolvimento da mobile App e pelo desenvolvimento da contratação digital para algumas áreas como crédito pessoal e fundos de investimento.
(*) – A jornalista viajou a convite do Bankinter
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