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BCP cai quase 2% e põe bolsa de Lisboa na rota das perdas que assolaram a Europa

Bolsas na Europa em queda e Portugal não destoa. Só Londres fechou em terreno positivo. Por cá em dia de troca de dívida soberana, as OT a 10 estão no mercado secundário com uma yield de 1,85% (menos 0,2 pontos base face ao fecho de ontem). Ao contrário Espanha vê os juros subirem 1,7 pontos base para 1,42%; Itália também com juros a subirem 1,8 pontos base para 1,71% e a dívida alemã a 10 anos com os juros a descerem 2,3 pontos base para 0,29%.
Stringer/Reuters
6 Dezembro 2017, 18h15

O mercado de ações lisboeta fechou em queda de 0,26% para 5.381 pontos, tudo por causa da queda do BCP de 1,92% para 0,2612 euros; por causa das perdas da Corticeira Amorim (-1,78%) para 11,6 euros; pela queda de -1,35% da Galp para 15,745 euros e ainda pelas desvalorizações da REN (-0,83%) e da EDP Renováveis (-0,22%).
Em alta destacaram-se a Mota Engil com as ações a subirem 4,74% para 3,714 euros e as ações dos CTT a ganharem 2,87% para 3,225 euros.
O BCP registou esta descida das cotações apesar das boas notícias de ontem vindas da agência S&P.
A S&P salientou que antecipa agora um “ambiente macroeconómico mais benigno para Portugal” o que deverá ajudar os bancos nacionais perante o conjunto de desafios com que ainda se deparam, nomeadamente no que se refere à recuperação da rentabilidade, à redução das carteiras de empréstimos problemáticos (NPEs) e ao acesso ao mercado de financiamento wholesale.
Nesse contexto o rating do Millennium BCP foi afirmado em BB- (ratings de crédito de longo prazo) e B (curto prazo) enquanto o Outlook do banco foi revisto de Estável para Positivo.
Hoje o Banco de Portugal divulgou o Relatório de Estabilidade Financeira de dezembro de 2017 e falou da redução do malparado que tem sido feita pela banca. O Relatório aponta como uma das principais vulnerabilidades da economia portuguesa é o elevado endividamento das administrações públicas, dos particulares e das sociedades não financeiras, que continua em níveis acima dos registados para a área do euro. “O elevado endividamento, conjugado com baixo crescimento potencial, torna a economia portuguesa mais vulnerável a choques adversos, nomeadamente num contexto em que se prevê o início do processo de normalização da política monetária”, diz o documento.

Na Europa as principais praças fecharam em terreno negativo também. O Ibex caiu 0,27%; a Alemanha viu o seu Dax fechar nos 12.998,850 pontos (-0,38%); O CAC francês teve uma queda ligeira de 0,02% para 5.374,35 pontos; e Milão a perder 0,49%.
Só Londres fechou a subir 0,28%.
O índice global EuroStoxx 50 fechou nos 3.561,57 pontos (-0,25%).

Em termos macroeconómicos, destaque para os dados do INE: Em outubro de 2017, o Índice de Custos de Construção de Habitação Nova no Continente aumentou 1,6% (Variação Homóloga); e também em outubro de 2017, o Índice de Preços de Manutenção e Reparação Regular da Habitação no Continente aumentou 1,3% (Variação Homóloga)
Em novembro de 2017, o PMI no Retalho da Zona Euro registou um valor de 52,4 pontos (51,1 pontos no mês precedente), segundo a Markit.

Hoje o dia foi ainda marcado por uma operação do Tesouro português que comprou aos investidores dívida antiga, com duas emissões de data de reembolso para 2019 e 2020. Ao mesmo tempo também vendeu no mercado dívida nova, com maturidade em 2022 e 2027.
Esta operação, que tinha sido anunciada esta terça-feira pelo IGCP, resultou na compra de 716 milhões de euros em obrigações com maturidade em 2019. Numa segunda emissão de dívida, a entidade que gere a dívida pública comprou 323 milhões de euros com maturidade em 2020. O IGCP não foi só ao mercado para comprar dívida, também vendeu 715 milhões de euros em Obrigações do Tesouro a cinco anos. Emitiu ainda uma OT a 10 anos num montante de 324 milhões.

Segundo Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa, esta operação teve como objetivo “alongar o prazo de reembolso: o esforço de amortização que estava previsto para 2019 e 2020 é adiado para 2022 e 2027. Claro que a operação só faz sentido porque o juro que se ficará a pagar pela dívida nova é inferior ao juro médio da dívida portuguesa”.

“No fundo, o que interessa aqui é que o Estado consegue estender o prazo da dívida, num momento em que as taxas de juro estão historicamente baixas”, acrescenta o gestor.

As OT a 10 estão no mercado secundário com uma yield de 1,85% (menos 0,2 pontos base face ao fecho de ontem). Ao contrário Espanha vê os juros subirem 1,7 pontos base para 1,42%; Itália também com juros a subirem 1,8 pontos base para 1,71%. A dívida alemã a 10 anos tem os juros a descerem 2,3 pontos base para 0,29%.

O petróleo cai significativamente. O crude de Londres perde 2,08% para 61,55 dólares e o WTI de Nova Iorque cai 2,36% para 56,26 dólares.

O euro perde 0,29% face ao dólar para 1,1792 dólares.

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