Os leilões de terrenos para exploração petrolífera realizados esta sexta-feira no Brasil vão gerar ao Estado brasileiro 6,15 mil milhões de reais. O valor, que equivale a cerca de 1,6 mil milhões de euros, diz respeito à assinatura de licenças de exploração, enquanto as empresas, em que se inclui a portuguesa Galp, comprometeram-se com investimentos no valor de 760 milhões de reais (200 milhões de euros).
“O Brasil está de volta ao cenário do mercado de petróleo mundial”, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) brasileira, Décio Oddone, em comunicado.
A agência acrescentou que as duas rodadas de partilha da produção no pré-sal, onde foram arrematados seis blocos, dos oito oferecidos em leilão, “consolidaram a retomada do setor de petróleo e gás no Brasil”. Na segunda rodada, a procura superou a oferta em 260,98% e na terceira em 202,18%.
“O sucesso das rodadas reflete as mudanças regulatórias realizadas pelo Governo brasileiro, que tornaram o ambiente de negócios no país mais atraente a empresas de diferentes portes, e a própria atratividade das áreas, uma vez que o pré-sal brasileiro possui um dos maiores potenciais de reservas a serem desenvolvidas no planeta”, referiu ainda a ANP.
Uma das mudanças que teve mais impacto para as empresas do setor petrolífero foi o fim da obrigatoriedade de a empresa estatal Petrobras ser operadora única no pré-sal. A Petrobras continua a ter direito de preferência, mas a alteração deu a oportunidade para a entrada a concorrentes.
Leilões dão maior participação à portuguesa Galp
As empresas que receberam licença de exploração foram as que ofereceram a maior parcela de petróleo e gás natural produzido ao Estado brasileiro. O consórcio que inclui a subsidiária brasileira da Galp, a Petrogal Brasil, a norueguesa Statoil Brasil Óleo e Gás (40%) e a norte-americana ExxonMobil Exploração Brasil (20%) conseguiu uma participação de 20% na área do Norte de Carcará, na bacia de Santos, no âmbito da segunda rodada.
Ofereceram um excedente em petróleo (profit oil share) de 67,12%, vão pagar um bónus de assinatura total de 930 milhões de reais (245 milhões de euros) e comprometeram-se com a perfuração de um poço de exploração. Outros grupos representados incluem a Shell, Total, Statoil, CNODC, CNOOC e BP.
O negócio constituiu um reforço da operação da Galp no mercado petrolífero brasileiro, depois de a produção net entitlement (líquida de custos com direitos de exploração pagos aos estados) no Brasil ter disparado 35,2% no terceiro trimestre no ano, em termos homólogos.
A média da produção fixou-se em 86,8 mil barris de crude por dia, sendo que o aumento no Brasil permitiu à petrolífera portuguesa subir a produção média por dia em todas as operações para 92 mil barris.
“Estas aquisições refletem o interesse estratégico da Galp em expandir a sua presença nas áreas core, como seja o pré-sal brasileiro, selecionando para tal um conjunto de ativos de elevada qualidade a ser desenvolvido através de parcerias sólidas”, explicou a petrolífera sobre os leilões desta sexta-feira, em comunicado à CMVM.
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