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Bruxelas atribui prémio a projeto português de descarbonização

O projeto, ‘Living Lab Matosinhos’, que decorrerá por mais dois anos, pressupõe um investimento de um milhão de euros e envolve 18 parceiros, desde empresas e centros de conhecimento a operadores de mobilidade e associações locais.
20 Novembro 2018, 20h40

A Comissão Europeia anunciou esta terça-feira, dia 20 de novembro, em Graz, na Áustria, a atribuição do Prémio Europeu de Promoção Empresarial ao ‘Living Lab carbono-zero’, um projeto desenvolvido em colaboração entre o município e o CEiiA – Centro de engenharia e Desenvolvimento do Produto.

“No seio dos 503 projetos apresentados por 32 países distintos, o projeto português foi o vencedor na categoria ‘Apoio ao Desenvolvimento de Mercados Ecológicos e à Eficiência de Recursos’, prevendo a criação de um mercado local de carbono onde os munícipes são recompensados por terem comportamentos de mobilidade que visam poupanças de emissões de CO2”, destaca um comunicado do CEiiA.

A este propósito, Luísa Salgueiro defendeu que “o ‘Living Lab Matosinhos’ é um bairro carbono zero”, acrescentando que “é um espaço delimitado na cidade onde se pretende experimentar e testar soluções tecnológicas inovadoras em contexto real e com forte envolvimento dos utilizadores”.

“Todas visam a descarbonização da economia permitindo assim que nós tenhamos formas mais confortáveis de circulação e comprometidas com o futuro mais sustentável de acordo com os compromissos, quer das Nações Unidas, quer do Programa 2030”, destacou a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos.

No ‘Living Lab’ de Matosinhos estão a ser testadas e experimentadas, em contexto real, um conjunto de soluções tecnológicas inteligentes nas áreas da mobilidade, energia, ambiente e edifícios, com vista à criação de um bairro carbono zero.

“Este prémio fica-nos muito bem. E fica-nos muito bem porque representa um reconhecimento do nosso trabalho em prol da inovação para a sustentabilidade, contribuindo para a descarbonização das cidades”, considerou Catarina Selada, responsável pelo projeto no CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto.

“Um dos conceitos mais disruptivos do projeto vencedor é a criação de um mercado local de carbono. Pela adoção de modos de mobilidade mais sustentáveis, o cidadão ganha créditos decorrentes das emissões de CO2 poupadas, que poderão ser utilizados na aquisição de bens e serviços verdes. Trata-se de um primeiro passo para a criação de um verdadeiro mercado local de carbono, assente na valorização das emissões poupadas em vez da compensação das emissões geradas”, revela o referido comunicado do CEiiA.

Catarina Selada adianta que “esta solução ‘AyrCredits’, visa criar um sistema de recompensas, baseado numa conta de sustentabilidade, pela adoção de modos de mobilidade sustentáveis pelo cidadão”.

“As recompensas não envolvem dinheiro, mas créditos passíveis de utilização em serviços fornecidos pelo município. A conta poderá ser registada numa aplicação para ‘smartphone’ que contabiliza em tempo real as emissões de carbono evitadas e as converte em créditos”, acrescenta a responsável do CEiiA.

“As emissões de CO2 poupadas são contabilizadas pela plataforma de mobilidade do CEiiA, a primeira a contabilizar emissões poupadas em tempo real”, destaca Catarina Selada.

Assim, com a plataforma ‘Ayrcredits’, desenvolvida pelo CEiiA, é possível a monitorização, em tempo real, das emissões de carbono evitadas e do impacto da atividade do laboratório vivo na zona de intervenção e na cidade como um todo.

O projeto, que decorrerá por mais dois anos, pressupõe um investimento de um milhão de euros e envolve 18 parceiros, desde empresas e centros de conhecimento a operadores de mobilidade e associações locais.

Criados em 2005, pela Comissão Europeia, os Prémios Europeus de Promoção Empresarial (EEPA) pretendem identificar e reconhecer atividades de sucesso que apoiem e estimulem a iniciativa empresarial e a inovação.

O CEiiA concebe, desenvolve e opera produtos e serviços nas indústrias de mobilidade, nomeadamente automóvel e mobilidade urbana, aeronáutica, mar e espaço, com presença em vários países da Europa e da América Latina.

“O CEiiA é um dos 10 maiores investidores de I&D em Portugal e um dos maiores centros da Europa. Em 2018, venceu o Prémio Bartolomeu Gusmão pelo trabalho realizado durante os últimos 10 anos na valorização do conhecimento associado ao desenvolvimento de novos produtos e serviços”, assinala o referido comunicado.

 

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