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Café cobra “imposto dos homens” para compensar desigualdade salarial

Dona de um café, em Melbourne, na Austrália, decidiu desenvolver uma forma criativa de pôr as pessoas a pensar sobre a discrepância salarial entre homens e mulheres, que “existe há décadas e décadas”.
DR
7 Agosto 2017, 16h02

Aqui as mulheres têm prioridade e os homens se quiserem consumir ficam sujeitos ao pagamento do chamado ‘imposto dos homens’. No café Handsome Her, em Melbourne, na Austrália, os proprietários, para alertarem para a disparidade salarial entre géneros, implementaram como política da casa a inclusão de uma taxa de 18% sobre a fatura dos consumidores masculinos, cuja quantia arrecadada se destina a instituições que ajudam mulheres.

Num país em que a desigualdade salarial entre homens e mulheres atinge os 17,7%, Alex O’Brien, dona do café, decidiu desenvolver uma forma criativa de “pôr as pessoas a pensar sobre esta discrepância, que existe há décadas e décadas”. Uma semana por mês, as regras mudam e aos homens é apresentada uma taxa sobre o que consumiram. O pagamento da taxa não é obrigatório e apenas contribuiu quem achar por bem fazê-lo.

“Gosto de fazer os homens pararem e questionarem um pouco os seus privilégios”, explica Alex O’Brien. “Se alguém não quiser pagar o imposto, nós tiramos da conta”.

No entanto, críticas à parte, a iniciativa tem recebido vários aplausos. A dona do café conta que já houve casos de pessoas que quiseram contribuir com mais dinheiro e, tanto da parte dos homens como da das mulheres, tem havido recetividade à medida.

“Tivemos casos de homens que atravessaram a cidade para nos visitar, pagar o ‘imposto dos homens’ e doar algum dinheiro extra”, escreveu Alex O’Brien na conta oficial de Facebook do café. “Pusemos a Austrália a falar de uma disparidade salarial há muito esquecida”.

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