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Carlos Saturnino diz que o reforço da participação acionista do BCP vai depender da evolução do banco

O presidente da Sonangol disse que vai aumentar o envolvimento nos órgãos sociais do BCP. Anunciou que apoiou o relançamento do Conselho Estratégico Internacional e que irá integrar esse órgão que emitirá recomendações ao Conselho de Administração. Sobre o reforço no capital do banco, vai depender da evolução do BCP e da reestruturação do Grupo Sonangol.
Cristina Bernardo
30 Maio 2018, 20h38

O Presidente da Sonangol disse à saída da Assembleia Geral do BCP que a petrolífera angolana, que tem quase 20% do BCP, vai aumentar o envolvimento na gestão do banco.

“Temos um investimento grande e estratégico no BCP e naturalmente pretendemos reforçar a  participação na gestão do banco”, disse o presidente da Sonangol. “Estamos em contacto com os outros acionistas do banco, com a Fosun, mas também com a EDP e outros acionistas. Temos falado regularmente com o Conselho de Administração, com a Comissão Executiva”, admitiu.

A Sonangol diz também que o seu investimento no BCP é de longo prazo.

“A Sonangol tem presença no Conselho de Administração e na Comissão Executiva e vai integrar o Conselho Estratégico Internacional que vai ter um papel reforçado de apoio consultivo ao Conselho de Administração”, disse Carlos Saturnino que revelou que iria fazer parte desse Conselho Estratégico que vai ter um papel importante. “Posso revelar que serei um dos membros da Sonangol que irá participar nesse Conselho”, disse à saída da Assembleia Geral do BCP que aprovou os novos órgãos sociais.

“A Sonangol em janeiro também abordou a gestão do banco e naturalmente incentivou o relançamento desse Conselho Estratégico Internacional”, disse.

Esse órgão consultivo, onde vão ter assento os acionistas, será “onde se vai debater e analisar assuntos estratégicos e ter ideias para recomendar ao Conselho de Administração”.  Saturnino disse também que ainda não está decidido quem é que vai presidir a esse Conselho Estratégico que atualmente tem a liderá-lo Carlos Santos Ferreira. “Ainda não está conversado entre os acionistas”, disse o presidente da Sonangol. “Como viram hoje houve uma série de adaptações nos órgãos governativos do banco e naturalmente essa escolha vai resultar de uma conversa entre acionistas, Conselho de Administração, e Comissão Executiva do banco”.

O presidente da petrolífera admitiu que poderá participar também na vida da Fundação BCP.

Carlos Saturnino disse também que “não tem para já previsto reforçar no capital do BCP”. “Essa decisão não está tomada”, admite. Mas, diz que um aumento da participação acionista “vai depender da evolução do banco e naturalmente também da evolução do grupo Sonangol”. O presidente da petrolífera angolana diz que estão a fazer “um programa de regeneração do Grupo Sonangol para reorganizar o grupo empresarial. Isso são matérias de cariz mais estratégico que nós vamos adaptando à medida da evolução das instituições”.

Para a Sonangol aumentar a participação no capital do BCP tem de pedir ao BCE, pois a autorização que existiu para chegar a 30% e igualar a posição da Fosun caducou.

O presidente da Sonangol não se mostrou preocupado com a condição de ser só o segundo maior acionista do BCP. “Ser segundo é muito bom, e não nos podemos esquecer que a Fosun entrou no capital do BCP com o acordo da Sonangol”, disse.

A Sonangol quer dividendos

“O mais importante para nós é que o banco melhorou substancialmente. O banco tem resultados positivos e gera dinheiro todos os anos e nós esperamos que o próximo salto seja o banco começar a distribuir dividendos pelos acionistas”, disse. O presidente da Sonangol admitiu que seria muito bom que a distribuição fosse para o ano ou mesmo já este ano. “Para o ano esperamos que os resultados do BCP sejam melhores e maiores, acima dos 300 milhões que são esperados para este ano”.

 

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