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Centeno: economia deverá crescer mais de 3% no segundo trimestre

Em entrevista à Reuters, o ministro das Finanças afirma que espera uma aceleração económica de mais de 2% em 2017, acima da meta de 1,8%. Centeno explica ainda que o país ganhou credibilidade e que o próximo passo é melhorar as condições de financiamento.
Cristina Bernardo
24 Maio 2017, 17h11

Os últimos indicadores mostram que Portugal acelerou neste segundo trimestre e o PIB deverá ter um crescimento homólogo superior a 3%, segundo Mário Centeno. Em entrevista à Reuters, o ministro das Finanças adiantou que é  expectável que a economia cresça claramente mais de 2% este ano, acima da meta governamental de 1,8%.

“É muito fácil fazer hoje uma projeção para o crescimento económico em Portugal para 2017 superior a 1,8%”, salientou o ministro,  recordando que “os efeitos de carry over, o crescimento que vinha de 2016, o crescimento do primeiro trimestre, isso é algo que temos de admitir e seguramente incorporar”. Questionado sobre a possibilidade de um crescimento claramente acima de 2% no conjunto do ano, Centeno disse: “sim, acho que é pacífico afirmar tal coisa”.

“Todos os indicadores que temos do segundo trimestre mostram uma aceleração homóloga muito significativa do crescimento. Isso pode significar, por exemplo, e esse número vou arriscá-lo, que o crescimento do segundo trimestre venha a ser superior a 3 pct em termos homólogos dada a aceleração que estamos a assistir”, explicou.

A economia portuguesa cresceu 2,8% entre janeiro e março deste, a maior expansão em quase 10 anos. Centeno salientou que “não estamos a falar apenas de um trimestre de crescimento forte, são três trimestres consecutivos de um crescimento bastante forte desde o terceiro trimestre de 2016”.

A Comissão Europeia propôs a saída de Portugal do Procedimento de Défices Excessivos esta segunda-feira, após o défice público ter caído para 2% em 2016.

“Uma das boas notícias que a saída do PDE (Procedimento de Défices Excessivos) tráz é a capacidade que possamos ter de traduzir essa valorização feita pela Comissão Europeia (CE) em melhores condições de financiamento para as empresas e as famílias”, vincou Centeno.

 

Também esta segunda-feira,  Portugal pediu aos parceiros europeus autorização para pagar antecipadamente ao Fundo Monetário Internacional 10.000 milhões de euros de dívida. O ministro explicou que “esta parte do empréstimo paga uma taxa de juro muito elevada”, disse Mário Ceteno, explicando que o pagamento “a efectuar de forma faseada ao longo de 30 meses, não porá em causa a política de almofada financeira que o Governo utiliza na sua gestão da divida pública e permitirá em simultâneo amortizar empréstimos de maturidade reduzida, alargando assim a maturidade média da divida e reduzir o custo médio do endividamento português”.

Centeno espera que a trajetória de descida das taxas da dívida portuguesa no mercado secundário, com a das obrigações a 10 anos a negociarem agora em mínimos de de sete meses, se vai acentuar, mas sublinhou que” o que condiciona também o nosso acesso ao mercado é aquilo que é avaliação da economia portuguesa que é feita pelas agências de rating“.

“Discricionariamente, essas agências penalizam o ‘rating’ da economia portuguesa, da República, por razões que, em nossa opinião, não levam ainda em conta totalmente os desenvolvimentos que não são só recentes, são dos últimos anos daquilo que aconteceu na economia portuguesa, mas que nos últimos meses têm tido uma materialização muito significativa”, frisou.

[Atualizada às 17h29]

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