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CMECs: PS e Bloco requerem audição da Presidente da ERSE

Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas vota hoje pedido de audição da presidente da ERSE, Cristina Portugal, sobre contratos CMEC. Deputado do Bloco de Esquerda, Heitor de Sousa, espera que atual investigação do Ministério Público possa ser concluída “rapidamente” e venha a permitir “a revisão e até mesmo a supressão desse tipo de CMEC”.
7 Junho 2017, 07h10

A Comissão parlamentar de Economia vota hoje o requerimento conjunto do PS e do Bloco de Esquerda (BE) para uma audição da presidente da ERSE, Cristina Portugal, sobre os contratos de Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) em 2017.

O requerimento dos dois grupos parlamentares data de 24 de maio, antes da investigação do Ministério Público, ter constituído sete arguidos, entre eles o CEO da EDP, António Mexia, e o presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto. Contudo, em declarações ao Jornal Económico, o deputado do BE, Heitor de Sousa, confirma que perante o atual cenário, a audição tem urgência.

Heitor de Sousa salienta que “a matéria está a ser investigada pelo Ministério Público”. No entanto, frisa que “apenas confirma suspeições que haviam no passado sobre a falta de transparência destes contratos e que havia também algum favorecimento e alguma protecção a um determinado tipo de contratos de fornecimento de energia que os anteriores governos inauguraram”.

O deputado bloquista considera que “aquilo que tem vindo a público sobre a própria alteração da tarifa de energia, aquela que tinha sido estabelecida inicialmente em 2004 e que depois foi alterada em 2007 para ser revista e ser bastante inflacionada digamos assim”, bem como “as suspeitas sobre esse tipo de comportamento e alguns benefícios evidentes que alguns ex-governantes terão tido pelo facto de terem sido partes interessadas e intervenientes nesses processos” terão justificado “o inquérito do Ministério Público”.

Para Heitor de Sousa a conclusão rápida da investigação pode permitir “a revisão e até mesmo a supressão desse tipo de CMEC que são muito pouco de manutenção e são mais os chamados desequilíbrios contratuais de favor”.

A audição à presidente da ERSE tem como objectivo esclarecimentos sobre o grupo de trabalho do organismo que se dedicou ao estudo sobre o montante de ajustamento final. O deputado justifica o requerimento pelo início do término da vigência dos contratos CMEC este ano e que é necessário mais esclarecimentos nomeadamente sobre a cessão de contrato com a termoeléctrica de Sines. “Precisa de ser esclarecido qual é o futuro dessa central termoeléctrica”, disse Heitor de Sousa.

“Constitui preocupações para o Bloco e que se os contratos forem alterados poderão reduzir substancialmente a fatura que os consumidores têm de pagar”, explica o deputado. “É um requerimento particular porque é feito em conjunto com o grupo parlamentar do Partido Socialista. Isto não é uma prática muito corrente na Assembleia da República, sobretudo ao nível da maioria de esquerda parlamentar”, acrescenta.

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