Esta foi uma das principais conclusões da sessão de debate promovida pela JLL no âmbito do Portugal Real Estate Summit, evento dedicado ao investimento imobiliário que reuniu mais de três centenas de profissionais nacionais e estrangeiros no Estoril.
Patrícia Araújo, Head of Retail da JLL, na apresentação do tema Retail: More than Shopping Centers! explicou que “a alteração à lei do Arrendamento Urbano no final de 2012 foi uma das principais razões para que este formato despertasse o interesse dos retalhistas e emergisse definitivamente como uma opção nas estratégias de implantação das marcas em Portugal. Também o aumento do turismo em Lisboa, a reabilitação urbana que a cidade tem sido alvo e as próprias mudanças nos hábitos de consumo e um estilo de vida mais direcionado para a vivência de bairro contribuíram para impulsionar o crescente sucesso do comércio de rua na capital”.
Também Pedro Lancastre, diretor geral da JLL, reforçou que “por isso, é muito importante que continuem a existir condições para que o formato se mantenha interessante, especialmente de estabilidade legal, pelo que esperamos que as novas alterações aprovadas recentemente a esta Lei não tenham um impacto muito negativo na tendência crescente estabelecida no comércio de rua”.
Com base no mais recente relatório de mercado da JLL, o Market 360º, a renda prime do comércio de rua no Chiado atingiu os 130 euros/m2/mês no 1º semestre de 2017, refletindo um crescimento de cerca de 8,5% face ao mesmo período de 2016 (120 euros/m2/mês). Na Baixa, o aumento foi um pouco mais acentuado (em torno dos 10%, de 90 euros/m2/mês para 100 euros/m2/mês), enquanto que nos restantes destinos de compras as rendas se mantiveram estáveis. A Avenida da Liberdade manteve o valor de referência nos 90 euros/m2/mês, o Príncipe Real nos 40 euros/m2/mês, o Cais do Sodré nos 35 euros/m2/mês e a Rua Castilho nos 30 euros/m2/mês.
O estudo revela que a pressão da subida das rendas sentida no Chiado e na Baixa resulta de uma procura de espaços muito superior à oferta, gerando, assim, direitos de ingresso cada vez mais elevados. Ainda assim, em resultado da saída de alguns retalhistas e da reabilitação integral de diversos edifícios, é esperada a abertura de novas lojas nestas duas localizações. Já na Avenida da Liberdade, a JLL destaca que existem espaços disponíveis, embora estejam sobretudo dimensionados para lojas de média e grande dimensão, o que, muitas vezes, não coincide com a procura atualmente existente, mais direcionada para áreas menores.
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