A Goldman Sachs e o Barclays anunciaram as suas perspetivas para a economia mundial em 2018, e dificilmente poderiam estar mais optimistas.
Para os economistas do Barclays, citados pela Bloomberg, consideram “que a presente expansão económica tem uma dinâmica substancial”, dado que não está “excessivamente dependente” de uma “região, indústria ou fonte de procura únicas”, nem “parece ter gerado excessos económicos ou financeiros que constituam uma ameaça significativa”.
Já para os analistas da Goldman Sachs, “melhor é impossível”, com as principais economias mundiais a suplantarem as previsões de crescimento para este ano, e uma expetativa de que a reserva federal americana irá subir a taxa de juro “quatro vezes” no próximo ano, evitando assim receios de uma potencial subida da inflação.
OCDE menos otimista
O sentimento não é, no entanto, partilhado por todos. A OCDE, ao mesmo tempo que previu um crescimento de 3,7% para a economia mundial, avisou hoje que os preços dos ativos financeiros estarão demasiado elevados e que uma inversão do mercado poderá colocar a expansão em perigo.
Alguns analistas, como o historiador económico e comentador Niall Ferguson, vêem na atual conjuntura as raízes de uma nova crise financeira internacional. Na sua coluna de opinião no Boston Globe e no Times de Londres, Ferguson adverte que as previsíveis subidas da taxa de juro por parte da Reserva Federal americana e do Banco de Inglaterra terá consequências negativas para os mercados, ao mesmo tempo que uma “infleção demográfica” implicará que o rácio entre trabalhadores e consumidores iniciará uma reversão que afetará as perspetivas de crescimento mundial, para além de causar o “rebentar da bolha” dos títulos de dívida soberana de longo prazo, causando problemas de financiamento a economias como a canadiana ou, potencialmente mais grave, a chinesa. Ferguson acrescentou ainda que uma economia tão profundamente “enredada” como a economia mundial moderna é “estruturalmente deflacionária”, e a expansão da produção de petróleo poderá implicar a ausência de uma pressão inflacionária que pudesse aliviar os encargos das empresas ou economias mais endividadas ao desvalorizar o montante das suas dívidas.
“A próxima crise”, diz Ferguson, “não será como a última”. Mas, avisa, “vai haver uma”, e “está cada vez mais próxima”.
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