D. João V deu um contributo importante para a numismática portuguesa e a sua projeção além-fronteiras, ao cunhar moedas que se consideram entre as mais belas do mundo. É o caso da peça de 1722, conhecida também como dobra de 4 escudos.
Foi também no seu reinado que se cunhou a maior moeda portuguesa de ouro que se conhece até hoje, a dobra de 24 escudos, pesando 86 g. Muitos dos cunhos usados na numária de D. João V tiveram origem em desenhos de Vieira Lusitano, facto a que não é alheia a sua qualidade estética muito especial. As cunhagens ocorreram tanto em Portugal como no Brasil – Baía, Rio de Janeiro e Minas Gerais – cujo ouro financiava o luxo e opulência da corte.
O anverso mostra o busto laureado do rei e o reverso, as armas coroadas do reino. O elevado grau de acabamento da peça e o seu peso em ouro fizeram desta moeda uma peça muito apetecido em todo o mundo. No livro “Moedas de Ouro em Portugal”, de Javier Saéz Salgado, estava cotada entre os 175 e os 225 mil euros.
Monarca português, vigésimo quarto rei de Portugal, o reinado de D. João V, que durou de 1707 até à sua morte em 1750, foi um dos mais longos da História portuguesa. Nasceu a 22 de outubro de 1689, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuburgo, e foi aclamado rei a 1 de janeiro de 1707. Casou a 9 de julho de 1708 com D. Maria Ana da Áustria, irmã do imperador austríaco Carlos III.
O Rei seguiu uma política de neutralidade em relação aos conflitos europeus mas empenhou-se fortemente na defesa dos interesses portugueses no comércio ultramarino, de que foi exemplo o Tratado de Utreque (1714), em que a França e a Espanha reconheceram a soberania portuguesa sobre o Brasil.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com