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CTT estão na corrida à compra de parte da Unicre

O negócio do cartão Unibanco, o crédito ao consumo e o card management vão ser vendidos pela Unicre e o Grupo CTT está na short-list.
Rafael Marchante/Reuters
6 Janeiro 2017, 06h58

O Grupo CTT está na short-list para a compra de parte da Unicre, soube o Jornal Económico junto de fonte ligada ao processo.
O que vai ser vendido pelos acionistas da Unicre é, em bloco, o negócio do cartão de crédito Unibanco, o negócio do crédito ao consumo (que na Unicre não inclui o crédito automóvel) e o card management (gestão de cartões de crédito de terceiros). É nesta operação que está a empresa liderada por Francisco de Lacerda, com uma proposta de compra. Não foi possível saber se a oferta é feita pelos CTT diretamente ou se pela subsidiária Banco CTT, liderada por Luís Pereira Coutinho. Também não foi possível obter o valor dos ativos que estão à venda pela Unicre.

O Banco CTT arrancou no ano passado em março e quer atingir break-even em três anos. Atualmente, o Banco CTT aposta nas contas à ordem e cartões de débito sem custos.

Há algum tempo que o Grupo CTT admite olhar para oportunidades de aquisição, pelo que a notícia não surpreenderá o mercado. As ações dos CTT fecharam ontem a subir 0,08% para 6,565 euros.

A Unicre é detida pela maioria dos bancos do sistema, excepto pela CGD. E é presidida por Luís Flores. Terá partido da iniciativa dos acionistas (12 bancos) a venda dos negócios da Unicre relacionada com a atividade de crédito e cartões.

SIBS fica com negócio de acquiring da Unicre?

Recorde-se que a SIBS deu início ao processo formal de aquisição com a Redunicre, em setembro, para a compra do outro negócio da empresa liderada por Luís Flores, o acquiring, que consiste na atividade de aceitação de cartões de pagamento junto de comerciantes (Terminais de Pagamento Automático). Mas a Autoridade da Concorrência decidiu avançar com uma investigação aprofundada ao negócio.
“À luz dos elementos recolhidos na primeira fase do procedimento, subsistem indícios de que a operação possa resultar em entraves significativos à concorrência efetiva no mercado, em particular no que diz respeito à atividade de prestação de serviços de aceitação de cartões de pagamento em TPA (Terminais de Pagamento Automático) disponível nas lojas”, avançou a Concorrência. A AdC justificou este procedimento para dissipar dúvidas identificadas, nomeadamente, lê-se, no comunicado “as relativas aos riscos de encerramento de mercado decorrentes da integração, no mesmo grupo empresarial, de atividades complementares no sector dos pagamentos com cartões”.

O Jornal Económico soube que as dúvidas prendem-se essencialmente com o facto de a CGD ser acionista da SIBS (deixou de ser da Unicre há uns anos) e de ela própria desenvolver a actividade de acquiring.

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