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Dash: “É como a bitcoin, mas melhor”

O modelo inovador da sexta maior criptomoeda do mundo, que vale 2,5 mil milhões de dólares, vai ser um dos pontos altos da Blockspot Conference, esta segunda-feira, em Lisboa.
13 Novembro 2017, 07h30

Mais rápida, mais segura e mais privada ou “como a bitcoin, mas melhor”. É assim que Fernando Gutierrez, responsável pelo departamento jurídico da Dash, descreve a criptomoeda com o mesmo nome. Desenvolvida parcialmente em Portugal, a criptomoeda é a sexta maior do mundo e tem uma capitalização de mercado na ordem dos 2,5 mil milhões de dólares.

“Dash é uma criptomoeda focado na gestão de todos os pagamentos de forma fácil, instantânea e privada, graças a uma configuração de rede diferente da bitcoin”, explica Gutierrez. “É como bitcoin, mas melhor, em muitas coisas”.

Em 2013, Andy Freer programou a partir de Lisboa a dash, para a empresa com sede em Madrid. Em janeiro do ano seguinte foi apresentada, ainda com o nome Darkcoin. A ideia foi partir do código da bitcoin para programar uma nova critpomoeda “com um código semelhante”, mas com “mudanças na rede para poder realizar mais pagamentos”.

Gutierrez recorda que, na altura, a rede da bitcoin começava a chegar a um limite de capacidade, que lançou um debate sobre os passos seguintes. Se por um lado havia quem defendesse uma estrutura própria que alojasse todas as transações, a ideia que acabou por vingar foi a valorização de maiores transações. “É um mercado portanto as pessoas pagam porque há competição por esse espaço limitado”, referiu.

A dash, por outro lado, promete “oferecer o melhor dos mundos”, diz Gutierrez, fazendo várias comparações com a mais conhecida criptomoeda. É mais barata por ter a sua própria rede, permite pagamentos em mais sistemas, os mecanismos de segurança demoram segundos em comparação com os cerca de 10 minutos necessários para fazer transações com bitcoin.

“Essas são as grandes diferenças da perspetiva do utilizador. É como a bitcoin, mas mais rápida, com mais capacidade e com mais privacidade”, explicou. “Ao contrário do que muita gente pensa, a bitcoin não é anónima ou privada. É tudo público, o que tem riscos”.

Painel na Blockspot Conference esta segunda-feira

Segundo o responsável pelo departamento jurídico da empresa, uma unidade de bitcoin pode ser seguida até cinco ou seis transações, ou seja, um comprador pode ver-se ligado a atividades criminosas simplesmente por ter comprado uma bitcoin que já passou por mãos criminosas.

“Um utilizador não tem capacidade de analisar o historial dos seus fundos e não devia ser punido por isso”, referiu. “Na Dash, todas as unidades são o mesmo”.

Esta segunda-feira, Fernando Gutierrez vai liderar um painel na Blockspot Conference, em Lisboa, sobre o modelo da empresa Dash, que se apresenta não só como criptomoeda e método de pagamento, mas também como plataforma de investimento.

“Também temos um sistema para obter fundos da comunidade para pagar os investimentos no projeto, que paga por uma equipa profissional para trabalhar para o projeto, ao contrário de outros projetos que dependem de doações ou voluntários”, explicou sobre a empresa, que conta com 50 profissionais, um modelo inovador no setor, que “promove a independência do projeto”.

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