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Desemprego oculto atinge 17,5% no final de 2017

Os autores do estudo defendem que a taxa de desemprego se fixou nos 17,5% no terceiro trimestre do ano passado ao invés dos oficiais 8,5%, devido ao desemprego oculto.
2 Março 2018, 09h08

Um estudo feito por investigadores do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do Instituto Universitário de Lisboa mostra que os dados de desemprego em Portugal abrangem mais do que os chamados “desempregados oficiais”. Os autores do estudo defendem que a taxa de desemprego se fixou nos 17,5% no terceiro trimestre do ano passado ao invés dos oficiais 8,5%, devido ao desemprego oculto, avança o jornal “Público”.

Os cálculos feitos pelos investigadores Frederico Cantante e Renato Miguel do Carmo, para mostrar o verdadeiro impacto da crise na vez mais precária em relação às pessoas. Os dados mostram que a “taxa de desemprego redimensionada”, que inclui o “conjunto de pessoas que não contam” para os cálculos oficiais, mostra que, no primeiro trimestre de 2013, o desemprego ascendeu aos 28,1% – muito acima dos históricos 17,5% admitidos então pelas estatísticas.

“Durante a crise foi-se mascarando a situação real de desemprego até por via de uma alteração de critérios estatísticos que levou à exclusão das estatísticas oficiais de várias realidades sociais ocultas”, afirma Renato Miguel do Carmo, um dos autores do estudo.

O estudo abrange os desencorajados, os subempregados, os inativos indisponíveis para trabalhar e os chamados “ocupados dos centros de emprego”. Os dados mostram que a percentagem de desempregados se manteve sempre acima dos 25% até ao primeiro trimestre de 2015, tendo gradualmente começado a decrescer para os 17,5% no final do ano passado.

Renato do Carmo afirma que as desigualdades persistentes na economia portuguesa “vão muito para além da questão do rendimento”. “Há muitas dimensões que contribuem para que as desigualdades em Portugal persistam e se reproduzam e o que se procurou foi identificar esses processos de produção de desigualdades em campos como a educação, a saúde ou o acesso à cultura e mesmo na emigração”, afirma.

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