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“Para trabalhar, não se pode usar saia travada”. Discurso de Câmara Pereira de apoio a Cristas torna-se viral

O vice-presidente do PPM alegou, durante o seu discurso, que a candidata, Assunção Cristas, enquanto mulher, “sabe bem que, para se trabalhar, não se pode usar espartilho nem a saia travada, a saia tem de ser larga e, se necessário, vestir calças”.
15 Maio 2017, 13h26

As palavras do vice-presidente do Partido Popular Monárquico (PPM) no discurso que fez de apoio à candidatura de Assunção Cristas à Câmara Municipal de Lisboa, em que disse que a presidente do CDS-PP “não descurou o trabalho e não descurou a casa” tornaram-se virais nas redes sociais e alvo de diversas críticas.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, assinou no domingo, 14 de maio, um acordo de coligação com o MPT (Partido da Terra) e o PPM (Partido Popular Monárquico), para a candidatura autárquica a Lisboa. Gonçalo da Câmara Pereira, vice-presidente do PPM, defendeu que, para trabalhar, “a saia tem de ser larga e, se necessário, vestir calças”, noticia a Lusa.

Câmara Pereira iniciou o seu discurso enaltecendo a “experiência académica, social e política” de Cristas, afirmando que, “acima de tudo”, a presidente do CDS-PP é “uma mulher casada, que provou, como a maioria das portuguesas que pode trabalhar e ter filhos”, uma vez que “não descurou o trabalho e não descurou a casa”, avança a agência noticiosa.

Após o acordo assinado pelos três partidos, na sede do CDS-PP, o vice-presidente do PPM afirmou que, de momento, Lisboa é “agradável à vista e fotogénica, mas de espartilho e saia travada”.

“Como mulher, a drª Assunção Cristas sabe bem que, para se trabalhar, não se pode usar espartilho nem a saia travada, a saia tem de ser larga e, se necessário, vestir calças, calças que ultimamente não se sabe onde andam, custam a ver”, alegou.

Gonçalo da Câmara Pereira “condenou” o atual presidente da Câmara, Fernando Medina, afirmando que este tornou a capital portuguesa numa “cidade de ócio”, com muitas bicicletas e “corridinhas em fato de treino”, restringindo a circulação automóvel de quem trabalha e vive em Lisboa, relata a Lusa.

Estas palavras tornaram-se virais nas redes sociais, suscitando reações várias, como a da autora Inês Pedrosa, que comentou no Twitter que “o discurso de apoio do Gonçalo Câmara Pereira já começou a tirar votos à Assunção Cristas”.

“Há amores funestos”, afirmou.

Este foi um de outros, em que o discurso de Câmara Pereira foi apelidado, por exemplo, de “desastre”, por Rodrigo Saraiva, ou “machista, marialva e a roçar a xenofobia”, por André Beja.

No Facebook, o ator Manel Moreira, reagiu na sua página do Facebook.

Dos comentários de desagrado ao discurso do vice-presidente do PPM, são vários os que alegam ter achado que se tratava de uma piada.

“Pensei que tivesses feito uma piada. Fui ler. Infelizmente, é verdade”, disse Mariana Freixo; “Eu achei que era a gozar!”, comentou Ana Simões.

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