A incorporação do estudo da psicologia na análise do processo de decisão económico e o combate à ideia que as escolhas são racionais, deram esta quinta-feira o prémio Nobel da Economia a Richard H. Thaler.
Investigador e professor na Booth School of Business at the University of Chicago, Thaler tem dedicado a vida a mostrar que assumir que os seres humanos são previsivelmente irracionais é a abordagem mais racional para estudar o comportamento. Confuso?
A economia clássica determina que o processo de tomada de decisão se baseia inteiramente em lógica pura e dura, enquanto a economia comportamental permite comportamentos irracionais e tenta entender o que os motiva.
Combinando estudos de campos como a psicologia ou a sociologia, Thaler defendeu que os seres humanos são influenciados por emoções e irracionalidade em todas as decisões que tomam, incluindo poupanças para a reforma ou seguros de saúde.
Isto não quer dizer que os humanos sejam aleatoriamente irracionais, mas sim previsivelmente irracionais, um termo que pediu emprestado ao economista Dan Ariely. Entre os estudos de Thaler que receberam mais atenção estão as análises sobre os efeitos previsivelmente irracionais da propriedade, confiança e sentido de justiça.
Se o comportamento humano irracional pode ser previsível, então pode também ser incitado ou estimulado, segundo Thaler. O economista implementou, por isso, o uso do termo “nudge”, ou empurrão em português. A teoria, que ajuda a explicar como pequenas intervenções podem encorajar os indivíduos a tomar decisões diferentes, pode ser aplicado tanto a questões de peso como triviais, incluindo onde gastar o dinheiro ganho num prémio.
Questionado pelo jornal britânico The Guardian sobre onde vai gastar o valor ganho com o prémio Nobel da Economia, Richard H. Thaler respondeu “da forma mais irracional possível”.
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