“Tentar agradar a todos é uma fórmula para o falhanço político”, sublinhou Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular (JP) e deputado do CDS-PP à Assembleia Municipal de Lisboa. Ao discursar em mais um almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, em Lisboa, Santos refletiu sobre “a participação política e cívica das novas gerações” e, nesse sentido, defendeu a “importância da transparência na difusão da mensagem dos partidos”.
“Não sou um adepto das ordens redondas, generalidades, vacuidades”, afirmou Rodrigues dos Santos, garantindo depois que não cede ao “politicamente correto” e defende aquilo que pensa, mesmo que não agrade a todos. No que concerne à transparência da mensagem, o líder da JP salientou que os partidos “nem sempre têm um apego à verdade”, defendendo políticas por razões eleitoralistas e, pelo caminho, descaracterizando a respetiva matriz ideológica e tornando-se “iguais aos outros”.
Por outro lado, Santos destacou a “questão da coerência”, mais um fator que considera ser essencial para a credibilização da atividade política junto das “novas gerações”. Também enalteceu a função das juventudes partidárias nas sociedades, nomeadamente o desenvolvimento de uma série de competências em jovens quadros (ao nível da oratória, capacidade de liderança, trabalho em equipa, etc.) e criticou o “anátema” que recai sobre esses jovens que se dedicam à atividade política.
Na perspetiva do líder da JP, as juventudes partidárias devem ser “uma força contra o ‘establishment’ e o ‘statu quo’ da política”, assumindo o espírito irreverente que costuma marcar as suas intervenções públicas (sobretudo desde que foi distinguido pela revista “Forbes” como um dos mais promissores jovens políticos europeus). Mais, criticou a “política sem ideologia e sem pragmatismo” e a “ausência de ferramentas ‘online’ para a participação política”, salientando a importância de promover a “militância ‘online'” no sentido de cativar os mais jovens para a política.
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