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Grupo do Pine Cliffs prevê investir mais 80 milhões de euros em Portugal

Os donos do Pine Cliffs têm vários novos investimentos hoteleiros em perspetiva para as regiões de Lisboa e do Porto. Escritório em Portugal irá também gerir projetos em estudo em Espanha e na Grécia.
Foto cedida
7 Setembro 2017, 08h25

O Grupo UIP – United Investments Portugal, detido pelo grupo de capitais do Koweit IFA Hotels & Resorts prevê investir mais 70 a 80 milhões de euros em Portugal, em vários projetos turísticos e hoteleiros, nas regiões de Lisboa e do Porto. A revelação foi feita por Carlos Leal, CEO da UIP, detentora do projeto de referência Pine Cliffs, em entrevista exclusiva ao Jornal Económico. Este montante não inclui os 200 milhões de euros de investimento previstos para o empreendimento do Vale do Freixo, em Loulé, que se mantém num impasse jurídico-burocrático desde há vários anos.

“Para o futuro, além do Vale do Freixo, temos vários negócios previstos para Lisboa e para o Porto, num total de investimentos que poderão oscilar entre os 70 e os 80 milhões de euros. A decisão sobre esses investimentos deverá ser tomada em outubro deste ano, estando previstas as suas entradas em funcionamento no primeiro trimestre de 2019”, adiantou Carlos Leal ao Jornal Económico.

O CEO da UIP acrescentou que só na região da Grande Lisboa, o grupo tem entre 30 e 40 milhões de euros de imóveis para venda. “No próprio Pine Cliffs, ainda temos cerca de 15 a 20 milhões de euros em imóveis para comercializar, entre quatro e cinco terraces, cinco town houses e quatro lotes para construir vivendas”, acrescentou aquele responsável.

“Em Portugal, para nós, os três principais focos são o Algarve, o Grande Porto e a Grande Lisboa. Mas estamos a estudar investir em outros destinos internacionais na Europa”, garante Carlos Leal.

O CEO da UIP detalha que existem “fortes possibilidades para [um investimento do grupo em] Marbella, é uma forte hipótese, num investimento que será gerido a partir de Portugal”.

“Girona, a norte de Barcelona, é outra possibilidade, por ser servida por um aeroporto e permitir uma grande distribuição de turistas a partir do e para o sul de França”, garante Carlos Leal.

Este responsável da UIP revela ainda que, além de Espanha, a empresa de capitais do Koweit, está a estudar a analisar futuros investimentos, a partir do mercado nacional, noutros países da Europa, como a Grécia, por exemplo.
“Estamos a falar de investimentos que poderão ser por via aquisitiva ou de raiz”, esclarece Carlos Leal.

Desde 1999, ano que a UIP iniciou as suas operações em Portugal, com o conhecido projeto Pine Cliffs, no Algarve, o grupo já investiu 350 milhões de euros em Portugal, segundo as contas de Carlos Leal. Só entre 2015 e 2016, esse valor terá sido na casa dos 110 milhões de euros. A única ‘pedra no sapato’ é o impasse em torno do projeto do Vale do Freixo, em Loulé, que continua parado nas secretarias da administração pública nacional.

“Iniciámos este investimento em 2000/2001. Já investimos cerca de 15 milhões de euros neste empreendimento. Foi qualificado como um projeto PIN + [Projeto de Interesse Nacional], por se localizar num NDE – Núcleo de Desenvolvimento Económico, do tipo 3 [específico para o setor do turismo], tendo recebido a aprovação de todas as entidades exigidas por lei”, relembra o CEO da UIP. No entanto, o projecto não teve ainda a ‘luz verde’ das autoridades competentes, que se queixam de uma demasiada densidade da construção para o local em causa, na bacia de Alte, na serra do Caldeirão.

Segundo Carlos Leal, está previsto construir neste projeto do Vale do Freixo um boutique hotel, com uma igreja, uma praça. “A ideia é criar uma vila. Está também previsto um campo de golfe desenhado por Garry Player [famoso jogador de golfe]. O conceito é transformar este projeto num destination spa, com uma componente de natureza, com hiking trail e produção do próprio mel, produção de azeite biológico e plantações próprias de alfarrobeiras, figueiras e outras árvores de fruto, num total de 400 hectares”, explica este responsável. Nas questões relacionadas com a natureza e o meio ambiente, Carlos Leal sublinha que a UIP fez um protocolo com a Universidade do Algarve para estudar e monitorizar os comportamentos dos linces que costumam cruzar aquela região, e um outro convénio com a Federação Portuguesa de Golfe para preservar pinturas rupestres que se encontram numa rocha neste terreno, a Rocha Pena”.

“A componente imobiliária do Vale do Freixo, constituída por vivendas, town houses e apartamentos, ascenderia a um total de 1.800 camas. Mas o projeto tem sido travado por dizerem que tem demasiada densidade. Só para lhe recordar, o Pine Cliffs, numa área de 70 hectares, dispõe de um total de três mil camas”, defende-se Carlos Leal. A UIP já pediu nova audiência ao Ministério do Ambiente para solucionar este impasse, continuando o grupo à espera de resposta.

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