O grupo técnico independente para avaliar a gestão das listas de espera para consultas e cirurgias conta entregar até ao fim do mês o relatório final ao Governo, quatro meses depois do prazo determinado pelo Ministério da Saúde.
Em declarações à agência Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos, que preside ao grupo, explicou que o prazo dado pelo Ministério era impossível de cumprir, porque o trabalho envolve análise de muitos dados e reuniões com várias entidades e unidades de saúde.
Além disso, Miguel Guimarães adiantou que o grupo técnico teve “dificuldade no acesso a alguns dados” considerados essenciais para realizar o trabalho.
Este grupo técnico independente para avaliar os sistemas de gestão das listas de espera para consultas e cirurgias foi criado após um relatório do Tribunal de Contas, divulgado em outubro passado, que pôs em causa a fiabilidade dos dados oficiais.
O relatório do Tribunal de Contas divulgado veio contrariar números da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que apontavam para menos tempo de espera na primeira consulta de especialidade dos hospitais públicos.
Mais tempo de espera para uma consulta hospitalar e mais utentes a aguardarem por uma cirurgia entre 2014 e 2016 foram alguns dos aspetos identificados pelo tribunal.
Entretanto, poucos dias depois de ser conhecido o relatório, O Ministério da Saúde emitiu um despacho a criar um grupo técnico e independente, dando o prazo de dois meses para apresentação de um relatório final.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, preside a este grupo técnico, que integra representantes dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, da Direção-Geral da Saúde, da Inspeção-geral das Atividades em Saúde, da Entidade Reguladora da Saúde, da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, de associações de doentes e da comunidade académica.
A ideia de uma “auditoria independente e urgente” ao SNS tinha sido lançada pelo próprio bastonário da Ordem dos Médicos mal foi conhecido o relatório do Tribunal de Contas.
Segundo Miguel Guimarães, este grupo para avaliar a gestão das listas de espera tenta percorrer todo o caminho feito pelo doente até chegar a uma consulta hospitalar ou cirurgia e detetar onde há erros ou fragilidades.
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