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A história de Newton e das ações de barcos que afundaram

Newton perdeu uma fortuna ao investir numa companhia marítima, a ‘South Sea Company’. Na semana passada a história repetiu-se com a ‘DryShips Inc.’ Tal como diz a teoria do físico: “Tudo o que sobe, também cai”.
Kieran Doherty/Reuters
21 Novembro 2016, 05h01

Isaac Newton foi uma das pessoas mais inteligentes que existiu e a ele se deve a lei da gravidade. Mas a inteligência de Newton não o impediu de perder uma fortuna ao investir numa companhia marítima que tinha o monopólio do transporte marítimo entre o Reino Unido e as colónias ultramarinas, no século XVIII.

Na primavera de 1720, Sir Isaac Newton possuía ações da ‘South Sea Company’, uma das maiores empresas inglesas à data. As ações valorizavam tanto, que o físico sentiu que o mercado estava a ficar descontrolado, e chegou a comentar: “consigo calcular os movimentos dos corpos celestes, mas não a loucura do povo”.

Newton vendeu as ações que detinha, arrecadando um lucro de 100% num total de cerca de sete mil libras. No entanto, poucos meses depois, ao ver que as ações continuavam a subir, Newton voltou a investir na companhia a um preço muito mais alto. Entretanto a ‘bolha’ estoura e Newton acabou por perder vinte mil libras.

newton

Durante o resto da sua vida, Newton terá proibido as pessoas de dizerem as palavras ‘Mar do Sul’ na sua presença.

Há poucos dias, a história repetiu-se com a ‘DryShips Inc.’, uma companhia grega de transporte marítimo cotada em Wall Street. No dia nove de novembro, a empresa divulgou os seus resultados no terceiro trimestre, tendo registado um prejuízo de 5,2 milhões de dólares (4,8 milhões de euros).

Nesse dia, as ações começaram a subir sem razão aparente, e assim continuaram durante cinco sessões consecutivas, elevando a cotação de 4,56 dólares até aos 73 dólares, um ganho de 1.500%, chegando a atingir os 102 dólares, no dia 15, aquele que foi o último dia de subidas (uma valorização de 2.100% em relação ao preço de fecho do dia oito de novembro).

“Analistas explicaram que o aumento exponencial da cotação se deveu a uma combinação de esperança e ganância que criou uma improvável guerra de licitações, com a procura a superar largamente a oferta de um título em que as ações disponíveis são poucas”, relatou o “Wall Street Journal”, no dia 16 de novembro.

No dia 16, o Nasdaq suspendeu a negociação das ações da ‘DryShips’ e indicou que a negociação permaneceria suspensa até que a companhia prestasse esclarecimentos sobre rumores que começaram a circular em relação a um eventual aumento de capital.

No dia 17, após a companhia ter confirmado que tinha chegado a um acordo com a ‘Kalani Investments Limited’ para que esta entrasse no capital, as ações voltaram à negociação, com um massivo sell-off que apanhou desprevenidos aqueles que tinham entrado atrás do lucro fácil. Os títulos afundaram cerca de 85%, tendo fechado a valer 11 dólares.

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Na sexta-feira, as ações negociaram pouco alteradas, e aguardam-se agora as cenas dos próximos capítulos, mas tal como diz a teoria de Newton: “Tudo o que sobe, também cai”.

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