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Infraestruturas de Portugal lamenta falta de acordo com sindicato apesar de oferecer mais 11 milhões em salários

“A Infraestruturas de Portugal lamenta profundamente que as organizações sindicais representativas dos colaboradores não tenham chegado a acordo com a empresa, pese embora todos os esforços desenvolvidos no sentido de ser encontrada uma solução justa e equilibrada no que respeita às reivindicações sindicais que motivaram um pré-aviso de greve”, diz o comunicado
1 Abril 2018, 20h42

A Infraestruturas de Portugal (IP) lamentou hoje a inexistência de um acordo com as organizações sindicais e garantiu que a empresa verá a sua componente salarial aumentada em quase 11 milhões de euros em 2018.

“A Infraestruturas de Portugal lamenta profundamente que as organizações sindicais representativas dos colaboradores não tenham chegado a acordo com a empresa, pese embora todos os esforços desenvolvidos no sentido de ser encontrada uma solução justa e equilibrada no que respeita às reivindicações sindicais que motivaram um pré-aviso de greve”, indicou, em comunicado, a entidade.

A IP garante ainda que, em 2018, verá aumentada a sua componente salarial “em mais de 10,8 milhões de euros do que em 2017”, mais 8,6% do que no ano passado, o que representa “um esforço financeiro considerável”.

“Foram efetuadas diversas aproximações pela empresa, nos últimos dias, que culminaram na apresentação de uma proposta de aumento de 20 euros mês por trabalhador, para além da devolução de rendimentos aprovada pelo Governo para 2018, proposta que também foi rejeitada pelas organizações sindicais”, explicou.

A IP nota ainda que, apesar de não terem sido decretados serviços mínimos, irá fazer “todos os esforços para procurar minorar os transtornos causados”.

Por sua vez, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) disse que o Governo e a administração da Infraestruturas de Portugal “fugiram” a um acordo, mantendo, por isso, a greve agendada para segunda-feira.

“Decorreu, [no sábado], no Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, uma reunião com os representantes do Governo, da IP e sindicatos, finda a qual o Governo e a administração fugiram à possibilidade de se ter encontrado uma solução que evitasse a greve da próxima segunda-feira”, disse, em comunicado, a federação afeta à CGTP.

Conforme indica a Fectrans, após várias propostas e contrapropostas de aumentos, ficou acordada uma valorização salarial de “20 euros durante 11 meses e 25 euros no último mês, sendo este valor a integrar a tabela salarial em janeiro próximo, mas pago durante 14 meses”.

“Ao passar ao papel a discussão que estava efetuada, fomos confrontados com uma proposta de redação pouco clara, nomeadamente, não se assumia sem sombra de dúvidas o valor de 25 euros a transitar para a tabela, não se assegurava a garantia de aplicação do futuro Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) aos trabalhadores com vínculos à função pública , por fim, para compensar os trabalhadores da diferença, propuseram que estes passassem a ter mais uma dispensa, mas com perda e renumeração, o que neste ponto se tornou inaceitável”, descreveu a Fectrans.

Desta forma, a estrutura sindical mantém a greve agendada para o dia 02 de abril (segunda-feira), à qual acresce um protesto junto à sede da IP no Pragal, em Almada.

Na quinta-feira, a CP – Comboios de Portugal admitiu “fortes perturbações” na circulação ferroviária na próxima segunda-feira, devido à greve dos trabalhadores da IP.

Já no sábado, a Fertagus disse que a greve da IP deverá perturbar fortemente a circulação de comboios.

“A Fertagus informa que a greve deverá ter impacto na gestão da circulação, perturbando fortemente a circulação de comboios”, disse, em comunicado, a empresa.

A empresa ferroviária indicou ainda que, pelo facto de não terem sido decretados serviços mínimos, “não são conhecidos os horários que poderão ser realizados”, alertando que, no limite, pode não circular nenhum comboio.

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