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Listas de espera: Conclusões do TdC “são da maior gravidade”, considera BE

Bloco de Esquerda quer ouvir, no Parlamento, Marta Temido após a divulgação das conclusões da auditoria ao Acesso a Cuidados de Saúde no Serviço Nacional de Saúde que considera que “a qualidade da informação disponibilizada publicamente, pela ACSS, IP, sobre as listas de espera não é fiável”.
Reuters
17 Outubro 2017, 19h06

O Bloco de Esquerda entregou, esta terça-feira, à Comissão Parlamentar de Saúde, um requerimento para audição urgente da Presidente da Administração Central do Sistema de Saúde, Marta Temido, na sequência das conclusões da auditoria do Tribunal de Contas ao Serviço Nacional de Saúde.

O deputado Moisés Ferreira, que assina o requerimento, considera que os dados e conclusões dos juízes do TdC de que a administração central do sistema de saúde adulterou os dados referentes às listas de espera para primeiras consultas e cirurgias “são da maior gravidade”.

“Primeiro porque mostram uma maior dificuldade no acesso a cuidados de saúde; segundo porque aponta para limpezas administrativas de listas que terão servido para maquilhar indicadores; terceiro, porque colocam a dúvida sobre a fiabilidade de informação que é fundamental para, por exemplo, a tomada de decisão de médicos e utentes”, salienta Moisés Ferreira, no requerimento entregue.

O Bloco de Esquerda acrescenta ainda que “é inadmissível que haja procedimento que falseiam indicadores, que maquilham listas de espera e que escondem o verdadeiro desempenho do SNS”.

Segundo as conclusões da auditoria registou-se no SNS uma degradação do acesso dos utentes a consultas de especialidade hospitalar e à cirurgia programada, registando-se um aumento do tempo médio de espera para a realização de uma primeira consulta de especialidade – de 115 dias para 121 dias – e o aumento do número de utentes em lista de espera cirúrgica.

“As iniciativas centralizadas, desenvolvidas pela Administração Central do Sistema de Saúde, em 2016, de validação e limpeza das listas de espera para primeiras consultas de especialidade hospitalar do universo das unidades hospitalares do SNS, incluíram a eliminação administrativa de pedidos com elevada antiguidade, falseando os indicadores de desempenho reportados”, concluem os juízes.

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