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Marques Mendes diz que participação da Santa Casa no Montepio será “modesta”

O valor a que chegou o Haitong Bank na avaliação que fez por mandato da Santa Casa é “muito, muito abaixo dos dois mil milhões de euros”, disse Marques Mendes. A partir de amanhã deixa de ser obrigatório investir em Angola com um parceiro angolano com 35% e o Diário de Notícias está à procura de diretor e convidou Miguel Sousa Tavares, avançou.
4 Março 2018, 22h41

Luís Marques Mendes disse hoje na SIC que o investimento da Santa Casa pode estar em risco depois do estudo do Haitong ter baixado a avaliação do banco.

Está por isso fora de questão a Santa Casa pagar 200 milhões de euros por 10%. “O negócio nestes moldes abortou”, disse o comentador.

O valor a que chegou o Haitong Bank na avaliação que fez por mandato da Santa Casa é “muito, muito abaixo dos dois mil milhões de euros”, disse Marques Mendes. O Jornal Económico já tinha avançado que a avaliação era abaixo dos dois mil milhões. O Expresso de sábado diz que é mesmo abaixo dos 1,6 mil milhões noticiados pelo Económico.

O primeiro sinal de mudança para o comentador é que ainda que não há decisão e o outro sinal é que a Santa Casa escolheu Manuel Teixeira para administrador não executivo, “ora se fosse para ficarem com 10% seria executivo”, disse.

Marques Mendes diz também que a SCML vai entrar no banco mas com posição “mais modesta” e com outras misericórdias do país, que terão uma  posição simbólica. “Até se fala em 1.000 euros por cada misericórdia”, diz.

A economia teve em 2017, o melhor resultado desde 2000 com um crescimento de 2,7% e Luís Marques Mendes diz, no seu habitual espaço de comentário na SIC que “é um crescimento na base do melhor modelo, isto é, com base no crescimento do investimento e exportações e não no consumo” . O comentador disse que era o modelo de crescimento do Governo de Pedro Passos Coelho e que é “o modelo de crescimento saudável”.

Portanto o crescimento do PIB, segundo a análise, é mérito dos empresários portugueses e trabalhadores das empresas, e “devemos agradecer à Europa e ao seu crescimento”. A Europa está a crescer mais do que Portugal, lembrou.

Mudando de tema, Marques Mendes diz que o CDS e o PSD deram um sinal claro que vão separados a eleições e, diz “isto é uma benção para António Costa”, que “está em alta”.

“É um erro enorme do PSD e CDS porque se fossem coligados teriam mais deputados do que separados”, diz citando o método hondt.

Sobre a performance de Fernando Negrão no debate quinzenal “não foi brilhante”, disse Marques Mendes que elogiou o seu “estilo civilizado”. Elogiou também o tema escolhido da entrada da Misericórdia no Montepio. “Mas precisava de ser mais assertivo e combativo”, disse o comentador.

“Fundos estruturais e descentralização são assuntos de interesse nacional”, disse ainda o analista político referindo-se ao diálogo de Rui Rio com António Costa, que considerou positivo.

Recorde-se que o líder do PSD escolheu reunir-se com António Costa antes de se reunir com Assunção Cristas.

Marques Mendes apontou hoje a falta de oposição do PSD. “Não está a fazer oposição há imenso tempo. Rui Rio foi eleito há quase dois meses e não tem ainda uma agenda da oposição. Ainda não tomou uma iniciativa nem deu uma ideia alternativa ao Governo”.

O comentador dá ainda sugestões de temas para o PSD fazer oposição: O estado da saúde que “está um pandemónio. Rui Rio já devia ter um roteiro para a saúde, devia estar a visitar hospitais, ouvir especialistas”.

“Enquanto não fizer oposição não tem unidade interna”, diz.

O CDS reúne-se no próximo fim de semana em Lamego. “O CDS está num bom momento”, diz Marques Mendes que adianta que o partido sente que tem espaço para crescer perante a situação do PSD.

“Assunção Cristas que tem imagem de grande credibilidade”, diz.

O Congresso do CDS vai começar com Adriano Moreira, os centristas vão avançar com o senado do partido (com Miguel Anacoreta Correia e Cruz Vilaça), Assunção Cristas tem ainda a intenção de ter o regime de paridade nos órgãos nacionais, são revelações de Marques Mendes.

Angola vai acabar com exigência de estrangeiros terem parceiros angolanos

Luís Marques Mendes falava do encontro de empresários dos dois países, Portugal e Angola, numa cimeira, quando revelou que a partir de amanhã aquela regra que exige que o investimento estrangeiro em Angola tivesse uma parceria local de 35% acaba. “A partir de amanhã um empresário português pode investir em angola sozinho”, isto é para atrair mais investimento estrangeiro. Angola quer recuperar a credibilidade internacional, adianta.

Marques Mendes revelou ainda que Paulo Baldaia demitiu-se da direção do Diário de Notícias e que foi sondado para o seu lugar Miguel Sousa Tavares, que não deverá aceitar.

(atualizada)

 

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