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Marques Mendes: “Ricardo Salgado gostava de ter toda a gente na mão”

O antigo líder do PSD confessou-se “completamente surpreendido” com a avença de Manuel Pinho quando era ministro e considerou que este tinha a obrigação de vir publicamente dar uma explicação ao país. Um caso de “corrupção moral”, que afeta não só Manuel Pinho, mas a classe política em geral.
22 Abril 2018, 22h13

No seu comentário, este domingo à noite, na SIC, o antigo líder do PSD confessou-se “completamente surpreendido” com as notícias vindas a lume de que Manuel Minho recebia uma avença mensal do grupo Espírito Santo. “Um ministro receber todos os meses 15 mil euros de um grupo privado para o qual trabalhou é inédito e grave”. O caso, vincou, é revelador da forma como “atuava e funcionava Ricardo Salgado”, pois no fundo ele é que mandou pagar. “A partir desse momento, Ricardo Salgado não precisava pedir nada. Ele pagava… condicionava”. Marques Mendes considerou igualmente que Manuel Pinho tinha obrigação de vir publicamente dar uma explicação ao país.

Segundo uma investigação do jornal Observador, no período em que foi ministro da Economia, (março de 2005 a julho de 2009), Manuel Pinho recebeu da Espírito Santo Enterprises, vulgarmente conhecida como saco azul do Grupo Espírito Santo, um total de cerca de 508 mil euros por via de uma transferência mensal de valor exatamente igual: 14.963,94 euros.

Este caso, que a justiça dirá se é de corrupção, é seguramente, na opinião do antigo presidente do PSD, um caso de “corrupção moral”, que afeta não só Manuel Pinho, mas a classe política em geral e põe em causa muitas das decisões tomadas pelo antigo ministro da Economia de José Sócrates, não apenas no setor da energia.

Rebateu igualmente o argumento de que a montante do problema está o facto de os políticos serem mal remunerados: “Acho que são mal pagos, sim, mas não serve de desculpa para o comportamento de Manuel Pinho (…) quando se é convidado para um cargo desta natureza, só há duas soluções: ou se diz que sim e se aceita com as condições que são, ou não se aceita.” Ponto.

Mais adiante, o antigo presidente do PSD opinou sobre a polémica dos subsídios nas viagens dos deputados dos Açores e da Madeira. Considerou que não está em causa a legalidade, porque é legal, mas sim a ética, e não é eticamente aceitável, e que o presidente do parlamento, Ferro Rodrigues andou muito mal no assunto.

 

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