A margem pode não ter sido grande, mas o presidente Emmanuel Macron reforçou este domingo o poder em França. O partido do centrista, o Republicains En Marche, conseguiu cerca de 62% dos 577 lugares disponíveis. Apesar de o número ter ficado abaixo do esperado, os mercados celebraram e os analistas viram o resultado como um reforço da estabilidade no país.
“Com uma nova maioria na Assembleia Nacional Francesa, o presidente Macron aumentou as perspetivas de que o parlamento aprove as suas ambiciosas reformas, destinadas a reformar as leis do trabalho e a estimular o crescimento”, avalia a Allianz Global Investors, num nota de research. “Porém, a França enfrenta igualmente algumas duras realidades fiscais que poderão levar algum tempo a corrigir”.
Segundo os analistas, os resultados das eleições para a assembleia representam um “importante impulso” para Macron e mais um passo para que o presidente consiga avançar com as suas propostas de reformas económicas e orçamentais.
“As ações cotadas em França devem beneficiar das reformas económicas de Macron, incluindo em setores como construção, infraestruturas e bancos”, refere a Allianz GI. A bolsa parisiense está esta segunda-feira entre os índices que mais avançar europeus, a subir 1,12% para 5.323,85 pontos.
Os juros da dívida benchmark francesa sobe para próximo de 0,64%, já que o país estava já a beneficiar de uma descida das yields desde as eleições legislativas. “Apesar do otimismo, os investidores de fixed-income não devem esquecer as realidades fiscais que apoiam um spread decente entre a França e a Alemanha”, ressalva.
A agência Moody’s também avaliou positivamente o resultado das eleições, sublinhando que “a maioria absoluta de Macron no parlamento dá à administração um mandato claro para enfrentar os desafios ao crédito francês”, o que permitirá adotar “reformas focadas no crescimento e reduzir gradualmente a dívida para enfrentar os desafios significativos a nível orçamental e económico”.
Quanto aos principais desafios que Macron irá enfrentar, a Moody’s sublinha que o rácio da dívida pública francesa está em quase 100% do PIB e “é pouco provável que desça esta década”, explica a agência.
Adicionalmente, o potencial de crescimento da economia francesa é “relativamente fraco”, com a tendência de expansão a ficar provavelmente abaixo de 1,5% com a ausência de reformas. “A capacidade dos políticos franceses de desenharem e implementarem de forma bem sucedida políticas que impulsionem gradualmente o crescimento e a consolidação orçamental vão determinar a trajetória do rating e do outlook de França a médio prazo”.
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