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Ministério das Finanças anuncia que Moody’s reviu em alta intervalo de ‘rating’ de Portugal

O intervalo é matemático e não significa que a agência tirou Portugal do ‘lixo’, já que o ‘rating’ inclui ainda uma ponderação conjunta sobre os riscos.
Cristina Bernardo
26 Abril 2018, 20h04

O Ministério das Finanças anunciou esta quinta-feira que a Moody’s atualizou em alta o intervalo de rating para a dívida portuguesa. Em comunicado, o ministério liderado por Mário Centeno refere que o intervalo passou para Baa1-Baa3, dentro do nível de investimento e acima do notação de rating atribuída atualmente.

“Portugal virou decisivamente a página da crise. A estratégia bem-sucedida de crescimento equilibrado e inclusivo explica o momentum de rating positivo” afirmou o ministro das Finanças, Mário Centeno, em comunicado.

A agência divulgou esta quinta-feira um relatório em que aponta para as pontos fortes e fracos do país. A Moody’s atualizou o intervalo de rating, um dado matemático com base em indicações históricas, apesar de não ter feito qualquer alteração na notação, que é definida por decisão conjunta, incorporando ponderação sobre fatores de risco.

A Moody’s justifica, assim, por que o intervalo está em grau de investimento, enquanto o rating se mantém em grau especulativo (Ba1, com perspetiva positiva).

A Moody’s é a única das principais quatro agência de notação financeira que mantém o rating de Portugal no ‘lixo’. Na sexta-feira passada, tinha uma avaliação marcada e expetativa generalizada era a de que seguisse os passos das pares e subisse a avaliação sobre a dívida nacional. No entanto, não aconteceu e não divulgou qualquer relatório sobre o país.

Posteriormente, explicou, em declarações ao Jornal Económico que só irá tirar o rating de Portugal do ‘lixo’ caso conclua que é provável que as tendências económicas e orçamentais positivas sejam sustentáveis e que o endividamento se mova para uma tendência descendente estável.

“As forças do crédito de Portugal incluem a diversificação da economia, relativamente elevado nível de riqueza e muito elevada força institucional. É esperado que a recuperação económica em curso apoie um crescimento de 2,1% em 2018, enquanto a forte consolidação orçamental irá suportar a prudência orçamental no futuro. Os limites-chave à notação de Portugal prendem-se com o muito elevado endividamento do Governo e do setor privado e o fraco setor da banca”, acrescentou.

[Notícia atualizada às 20h30]

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