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Moçambique prepara revisão em baixa do PIB para este ano

A nova estimativa ficará algures entre os 5,3% inicialmente previstos e os 3% avançados pelo FMI.
22 Abril 2018, 18h03

O ministro das Finanças de Moçambique admitiu este domingo rever a previsão de crescimento de 5,3% para a economia neste ano, para um valor não explicitado, mas que ficará acima dos 3% previstos pelo FMI.

“Admitimos que possamos rever em baixa a previsão de crescimento para este ano, mas nunca para os níveis do FMI, que são bastante conservadores”, disse Adriano Maleiane, em entrevista à agência Lusa, à margem dos Encontros da Primavera, que decorrem até hoje em Washington.

Na base desta revisão em baixa está, por exemplo, “a convição de que a Vale está a reduzir as projeções que tinha para as exportações devido a alguns problemas, que são coisas que não estavam previstas na altura das nossas previsões”, explicou o ministro, notando, no entanto, que “a projeção de 5,3% [de crescimento para este ano] tem realismo, mas também um fator mobilizador, algo que toda a sociedade devia continuar a pensar, a clareza está aí”.

Sobre 2017, ano em que o FMI estima que a economia moçambicana tenha crescido 2,9%, Maleiane diz que o valor final será conhecido no final do próximo mês, mas que o mais provável é que o crescimento se situe entre os 3,4% e 4%.

“Os resultados efetivos do instituto oficial das estatísticas indicam que o país cresceu 3,7%, e se houver regularidade estatística, quando saírem os dados definitivo em maio, há um desvio 0,3 pontos para cima ou para baixo, portanto este é que é o ponto de partida para 2018”, considera o governante.

Para Maleiane, “até é bom que haja alguém com uma visão pessimista para nos dar mais força e fazermos um pouco mais, porque a economia tem todas as condições para se levantar”, até porque “Moçambique não pode viver de mão estendida, não faz sentido”.

É verdade, admitiu, que “o corte no apoio [financeiro internacional] fez diferença, mas não pode ser o fim do mundo, e até pode ser a forma de cada um começar a perceber que tem de fazer pela vida, e não viver apenas na base do apoio que, sendo importante, vai mantendo a nossa capacidade de ser eternos dependentes”.

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