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Morreu o advogado João Soares da Silva

Era um dos melhores advogados de operações do setor bancário e um mestre em operações de fusões e aquisições. Figura incontornável nos grandes negócios em Portugal. Foi o histórico advogado do BCP e da EDP, tendo participado na venda de parte da empresa à China Three Gorges.
6 Agosto 2018, 01h40

Morreu este domingo o advogado João Soares da Silva, Sócio e Chairman da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados e Coordenador do departamento de corporate e da equipa de comercial e societário e mercado de capitais.

João Soares da Silva entrou para a sociedade como estagiário de Miguel Galvão Teles, de quem foi aluno, e mais tarde sócio durante 30 anos. Foi fundador do PPD/PSD.

A notícia foi avançada pelo Eco e confirmada pelo Jornal Económico.

João Soares da Silva tinha 65 anos e estava doente há cerca de quatro meses.

Era o coordenador do departamento de corporate e da equipa de comercial e societário e mercado de capitais da sociedade de advogados e foi durante várias décadas o advogado do BCP, desde o tempo de Jardim Gonçalves até ao mandato de Nuno Amado. Foi o responsável jurídico por todas as grandes operações da vida do maior banco privado português, tendo apoiado o banco na OPA do banco sobre o BPI, no tempo de Paulo Teixeira Pinto como presidente do BCP. Foi o advogado do BCP na maioria dos aumentos de capital do banco; na maioria das aquisições do BCP (bancos na Polónia, Grécia, Moçambique, entre outras); e participou na operação da entrada da Fosun no BCP. Foi ainda o advogado que liderou o processo judicial do BCP contra o Banco de Portugal e o Fundo de Resolução.

Foi também o advogado da EDP que acompanhou de perto aquele que foi o maior investimento efectuado por uma empresa chinesa num país europeu e a maior privatização de uma empresa Portuguesa, quando em 2012 assessorou a EDP no seu processo de privatização, no qual a China Three Gorges adquiriu 21,35% da eléctrica. E apoiou o Estado na transacção da REN à State Grid.

Era um dos melhores advogados de operações do setor bancário e um mestre em operações de fusões e aquisições. Figura incontornável nos grandes negócios em Portugal, era conhecido no meio pelo “chinês”, devido aos seus traços físicos achinesados. Amante de arte, enquanto advogado João Soares da Silva foi vencedor de vários prémios internacionais, designadamente IFLR 1000, Chambers Europe, Chambers Global, Chambers 500 e Legal 500, nas áreas de corporate, M&A, bancário e mercado de capitais.

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