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Ordem dos Médicos contesta “política contra doentes”

Miguel Guimarães rejeita as declarações do presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que defende que os atos médicos podem ser exercidos por outros profissionais de saúde.
Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães
31 Outubro 2017, 16h26

Na primeira entrevista depois de assumir a presidência do CNS, Jorge Simões disse ainda que não faltam médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Estas afirmações, sugerindo que existem no SNS cerca de 40 mil médicos e que o sistema não precisa de mais médicos, mas sim de mais enfermeiros, farmacêuticos e paramédicos, para praticarem atos médicos “são contradições próprias de quem não conhece o terreno e não sabe o que é exercer medicina nem as outras profissões de saúde”, afirma o bastonário da Ordem dos Médicos.

De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o SNS tinha ao serviço, no dia 31 de setembro, um total de  27.313 médicos. E destes, 9.314 são internos em formação, “com as limitações que tal representa em termos de autonomia para o exercício da profissão”, afirma Miguel Guimarães. “Tal significa que, na verdade, o SNS tem apenas 18 mil especialistas, cerca de 1,9 médicos especialistas por 1000 habitantes”, acrescenta o bastonário.

Miguel Guimarães defende que faltam milhares de médicos tal como faltam milhares de enfermeiros e de outros profissionais de saúde que não se substituem entre si.

Nas suas declarações, o presidente do CNS “transmitiu a ideia aos portugueses que a medicina pode ser feita por qualquer pessoa, que não é preciso estudar milhares de horas e praticar outras tantas, para ao fim de 11 a 13 anos se ser especialista numa área da medicina”, diz o bastonário da Ordem dos Médicos. “No limite, ao pretender que a medicina seja realizada por outros profissionais de saúde que não médicos, o presidente do CNS está a promover a existência de doentes de primeira e segunda categoria consoante a sorte e possibilidades de cada um”, lamenta Miguel Guimarães.

 

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