Na primeira entrevista depois de assumir a presidência do CNS, Jorge Simões disse ainda que não faltam médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Estas afirmações, sugerindo que existem no SNS cerca de 40 mil médicos e que o sistema não precisa de mais médicos, mas sim de mais enfermeiros, farmacêuticos e paramédicos, para praticarem atos médicos “são contradições próprias de quem não conhece o terreno e não sabe o que é exercer medicina nem as outras profissões de saúde”, afirma o bastonário da Ordem dos Médicos.
De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o SNS tinha ao serviço, no dia 31 de setembro, um total de 27.313 médicos. E destes, 9.314 são internos em formação, “com as limitações que tal representa em termos de autonomia para o exercício da profissão”, afirma Miguel Guimarães. “Tal significa que, na verdade, o SNS tem apenas 18 mil especialistas, cerca de 1,9 médicos especialistas por 1000 habitantes”, acrescenta o bastonário.
Miguel Guimarães defende que faltam milhares de médicos tal como faltam milhares de enfermeiros e de outros profissionais de saúde que não se substituem entre si.
Nas suas declarações, o presidente do CNS “transmitiu a ideia aos portugueses que a medicina pode ser feita por qualquer pessoa, que não é preciso estudar milhares de horas e praticar outras tantas, para ao fim de 11 a 13 anos se ser especialista numa área da medicina”, diz o bastonário da Ordem dos Médicos. “No limite, ao pretender que a medicina seja realizada por outros profissionais de saúde que não médicos, o presidente do CNS está a promover a existência de doentes de primeira e segunda categoria consoante a sorte e possibilidades de cada um”, lamenta Miguel Guimarães.
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