Como tem sido a vossa aposta na academia?
Há uma grande abertura. Os nossos líderes da academia – do Instituto Superior Técnico, da Universidade do Minho, da Universidade Católica – têm essa visão. Estão cada vez mais entrosados com o ecossistema em que se movimentam. Não se trata apenas de formar pessoas, trata-se de formar projetos e com integração nos campos com as empresas. Por outro lado, também a academia portuguesa está sujeita a um mundo global e competitivo. Os Imperialls de Londres e os MATs de Boston estão em concorrência com a Universidade Católica da Palma de Cima, a Universidade Nova de Carcavelos, o Técnico de Lisboa ou a Universidade do Minho em Braga. Por isso é preciso atrair alunos, professores, empresas. Existe essa perceção. O curso de Engenharia tem de ser muito alavancado agora com esta nova Indústria 4.0 e com empresas. Por exemplo, os engenheiros portugueses estão altamente cotados na Europa e no mundo. Do ponto de vista de formação de base, de Matemática Analítica, diria que a nossa escola está ao nível do melhor que há. O tema é o passo seguinte.
E qual é esse passo?
É preciso acelerar na readequação dos currículos e na incorporação de um ecossistema em que as universidades, os alunos e os projetos possam criar valor e, a partir daí, criar conhecimento.
Temos uma enorme experiência com os nossos politécnicos. Por exemplo, em Tomar, onde abrimos um centro de competências há quatro anos e que, com uma antecedência de dois anos, atingimos aqueles que eram os nossos objetivos. Por isso, avançámos agora para Viseu. Temos aqui uma visão articulada, mas há uma enorme abertura para o reajustamento do politécnico de Tomar, de currículos da academia, sobretudo na analítica de dados e de incorporação de componentes de IA. São essas competências que nós vamos precisar para prestar serviço aos nossos clientes em Portugal e lá fora. É isso que estamos a fazer em Tomar, onde temos perto de 300 pessoas. Fizemos hirings de 150 pessoas. Isto não é anunciar e colocar pessoas. Tem de ser articulado com as necessidades dos nossos clientes. Para ser sustentável tem de estar reajustado às necessidades dos nossos clientes. A IBM é uma empresa global, que tem clientes em Portugal, fora de Portugal e clientes portugueses que atuam foram de Portugal. Quase metade da atividade que temos nos centros em Tomar, em Braga e em Viseu é para o exterior. Por isso é que precisamos de ter skills adequados às novas necessidades, porque as metodologias e o processo industrializado que nós temos de prestação do serviço está continuamente a inovar.
Que perspetiva tem para a IBM em 2018?
A palavra é acelerar. A economia portuguesa está a dar sinais muito positivos, o que é um fator fundamental e tem um efeito-cadeia nas expectativas, que ajudam a economia. Quando procuramos perceber porquê e onde é que se centram essas expectativas da continuação do crescimento económico, percebemos que há um conjunto de atividades que tem muito a ver com a cooperação nestas soluções inovadoras e na transformação que muitos dos nossos setores estão a atravessar. Nesse pressuposto, sabendo que a tecnologia está disponível e que as soluções estão testadas, acho que temos de acelerar essa implementação, a formação e adequação das skills para enfrentar os desafios, atração de investimento externo, que é estruturante, criação de centros de competências e ajuda aos clientes para acelerar a sua agenda de transformação digital e de competitividade. A IBM está preparada e Portugal é uma referência.
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