O presidente da CGD disse que numa primeira fase vão ser transferidos “dezenas” de créditos para a plataforma de malparado que está a ser criada. São créditos problemáticos a empresas viáveis que têm de ser comuns pelo menos a dois bancos.
Esses créditos mantêm-se no balanço mas são transferidos para a plataforma para serem geridos por uma equipe que é independente dos três bancos associados.
Essa plataforma vai gerir créditos entre 5 a 50 milhões de euros. Segundo a estimativa de Paulo Macedo as empresas que têm crédito problemático nesses montantes, comuns a dois ou três bancos, rondam os 700 a 900. Destas, serão transferidas para a gestão da plataforma “algumas dezenas”, disse o banqueiro.
A Plataforma só vai gerir créditos recuperáveis, ficando de fora os créditos irrecuperáveis que vão para write-off, explicou Paulo Macedo.
O presidente da CGD disse ainda que a Plataforma está na fase de logística (encontrar instalações, recrutar analistas, etc).
A Plataforma resulta de um memorando de entendimento de três bancos, CGD, BCP e Novo Banco. Mas poderão aderir outros bancos, admitiu Macedo.
Hoje ficou a saber-se ainda que Maria dos Anjos Capote foi nomeada para o Tribunal de Contas. Saiu, assim, da Caixa Geral de Depósitos, para a qual tinha sido nomeada como administradora não executiva. O conselho de administração da CGD, que é liderado por Rui Vilar e que integra, ainda, como não executivos Ana Maria Fernandes, João Amaral Tomaz, José Azevedo Rodrigues, Alberto Souto de Miranda e Hans-Helmut Kotz, procura agora dois membros para ficar completo o board (terá de ter 16 elementos e neste momento tem 14 administradores, oito deles pertencentes à equipa executiva).
“Há contactos com potenciais candidatos”, disse Paulo Macedo quando questionado sobre o tema na conferência de imprensa em que apresentaram prejuízos de 47 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.
A conferência de imprensa em que a CGD marca o seu trajeto rumo aos lucros previstos para o próximo ano, começou com Paulo Macedo a explicar que neste trimestre “há a registar uma execução com eficácia do plano estratégico”. Salientando ainda que em termos de capital, os rácios atingiram o valor de 13%, acima do valor do plano estratégico.
Apesar de 47 milhões de prejuízos, disse Paulo Macedo, “o resultado core teve um aumento expressivo de 80%”. O banco está a antecipar já perdas potenciais com vendas ou encerramentos na unidades internacionais. A Caixa reforçou provisões. No segundo trimestre houve um reforço das provisões de 250 milhões de euros e neste trimestre houve novo reforço de 200 milhões. No acumulado, estas contas incluem 595 milhões de euros de provisões. Com este reforço fica acautelado o essencial dos custos de implementação do plano estratégico.
Os impostos ascenderam no período a 185,9 milhões de euros, dos quais 36,5 milhões de euros respeitantes à contribuição especial sobre o setor bancário.
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