Quatro anos depois do resgate financeiro, dos 18% de desemprego e da emigração de milhares de portugueses, Portugal é uma das “estrelas mais brilhantes” da Europa, com star-ups “a crescer como cogumelos”, estrangeiros a residirem no país e investimento a entrar. A afirmação é do Wall Street Journal (WSJ), que louva as reformas levadas a cabo em várias áreas, como as do trabalho ou a dos impostos, mas afirma que a recuperação económica de Espanha, o maior mercado luso de exportação, também teve um papel importante na recuperação da economia portuguesa.
Outro fator importante foi o boom do turismo, que trouxe para o país “milhares de milhões em investimento nas áreas da construção e transporte”, afirma o WSJ, sem esquecer o setor tecnológico e a chegada a solo português do Web Summit, que cimentou a posição do país no mundo tecnológico.
O jornal compara o percurso luso ao irlandês, que também foi alvo de um resgate. Dublin manteve os impostos em baixa (12,5% face à média europeia de 21,5%) e criou um “banco mau” para ajudar com os ativos tóxicos. O resultado é um crescimento de 5,2% no ano passado e expectativas de crescimento de 3% em 2019, segundo o FMI.
Ambos os casos contrastam com o italiano e grego, onde o crescimento é de cerca de metade dos 2,5% estimados para Portugal. A culpa, diz o WSJ, é de uma base industrial fraca, de um setor público ineficiente e de um setor bancário titubeante.
Apesar dos elogios feitos à economia portuguesa, o WSJ ressalva que não é certo que “esta recuperação surpresa tenha vindo para ficar”, baseando a sua afirmação nas perspetivas do FMI de que o crescimento luso regrida, a médio prazo, para uns menos apetecíveis 1,2%. E cita Teodora cardos, responsável do Conselho das Finanças Públicas: “Não há dúvida de que a economia está muito bem atualmente. (…) A questão principal é se o estado atual é sustentável a longo prazo”.
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